LETICIA AVALOS
Da Redação
O deputado estadual Júlio Campos (União) classificou o vereador Rafael Ranalli (PL) como radical por querer proibir a prefeitura de Cuiabá de aportar recursos no Carnaval durante quatro anos. O ex-governador defendeu a festa como “tradição cultural brasileira” que deve ser incentivada pela Secretaria Municipal de Cultura.
“Se tem um assunto que mexe com o Brasil é o Carnaval. Tanto é que muitos estados brasileiros vivem da economia do Carnaval como reforço de caixa. [...] aqui em Cuiabá nós sempre tivemos uma tradição do carnaval de rua [...]. O vereador Ranalli, com todo o respeito que merece, está sendo um pouco radical de querer proibir por quatro anos”, disse nesta quarta-feira (26).
No entanto, para Júlio, faz sentido que a prefeitura da capital se exima de financiar atividades carnavalescas, especificamente em 2025, por causa do estado de calamidade financeira em que o município se encontra. Com um grande déficit no caixa, o prefeito Abilio Brunini (PL) já havia declarado que não investiria na festa desde o começo do ano.
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O Projeto de Lei de Ranalli também não foi bem recebido na Câmara Municipal e recebeu críticas semelhantes de colegas da Casa. A vereadora Baixinha Giraldelli (SD) argumentou que “todo mundo tem o direito de escolher a sua religião e o seu divertimento”, enquanto o vereador Daniel Monteiro (Republicanos) defendeu que o município estimule “movimentos culturais locais para gerar renda”, e o líder do prefeito, Dilemário Alencar (União), também abordou o impacto econômico do Carnaval como um aspecto importante a ser considerado.
Ranalli havia solicitado a tramitação do PL em regime de urgência em razão da proximidade do Carnaval deste ano, que acontece no próximo dia 3 de março, mas teve o pedido negado por 10 votos a 5 na sessão de terça-feira (25).
Diante da dificuldade financeira da prefeitura, Júlio comentou que o Governo do Estado e deputados da Assembleia Legislativa (ALMT) destinaram verbas e emendas para eventos carnavalescos e ele próprio fará um investimento pessoal no bloco da Praça da Mandioca.
“Esse Carnaval existe há 52 anos ali na [Praça da] Mandioca e não é por falta de recursos da prefeitura que tem que deixar de acontecer. Vamos nos mobilizar, cuiabanos, mato-grossenses, com recursos pessoais e ajudar a contratar orquestra e fazer o povo dançar”, disse.
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