MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
O deputado Gilberto Cattani (PL) fez um pedido de providências à Câmara de Cuiabá que pode culminar na cassação do mandato da vereadora Maysa Leão (Republicanos). Cattani também fez uma queixa-crime na Justiça pelos crimes de injúria, calúnia e difamação em que pede indenização de 40 salários mínimos, ou R$ 52,8 mil.
Na quinta-feira (31), Maysa relatou à imprensa e na tribuna da Câmara que sofreu ameaças de estupro em razão de um vídeo publicado pelo deputado em suas redes sociais. Cattani recortou um trecho da participação de ambos em um podcast no momento em que discutiam a castração química de estupradores.
Depois da publicação, apoiadores de Cattani passaram a atacar Maysa nas redes de ambos os parlamentares. Para a vereadora, Cattani incitou seu eleitorado ao crime de ódio, além de ter lhe caluniado e difamado.
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A resposta do deputado foi entrar com pedido de processo ético-disciplinar por quebra de decoro parlamentar na Câmara e a queixa-crime na Justiça.
A defesa de Cattani, feita pelo advogado Daniel Luis Nascimento Moura, relata que os dois participaram do podcast Cast do Bom, ligado ao site O Bom da Notícia, em 10 de agosto. Já em 13 de agosto, o deputado publicou o trecho de um minuto e cinco segundos recortado do podcast de uma hora, 21 minutos e 25 segundos.
Ele alega que o recorte "não sofreu qualquer adulteração" e que está idêntico ao trecho da entrevista.
Na terça-feira (29), o deputado recebeu um ofício de Maysa "fazendo sérias acusações contra este deputado e contra terceiros". Além de enviar o ofício, a vereadora comentou nas redes sociais afirmando que Cattani deu a entender no recorte da entrevista que "defendeu estuprador", e que o parlamentar "permitiu que desejassem que eu fosse estuprada, para que minha filha fosse estuprada".
Maysa apontou que tratava-se de difamação de sua atuação política e que o recorte deturpava o debate na entrevista.
Depois, Maysa ainda foi à tribuna e disse que "quer ver a atuação da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso passando o pano para agressor".
O deputado diz que suas redes têm 300 mil seguidores e que é humanamente impossível verificar as mensagens.
Para a defesa de Cattani, houve calúnia por ofensa à "honra subjetiva" deputado. Também teria havido difamação porque "ainda não impute crime ao querelante, causa prejuízo à sua reputação, sobretudo por se tratar de pessoa pública e politicamente exposta".
"A falta com a verdade inequívoca da querelada, afirmando que o querelante é autor de Fake News e mais, que teve a intenção de lhe causar prejuízo, retirando suas palavras de contexto, certamente significam ofensa à dignidade do querelante, que é, pessoa idônea de conduta ilibada na sociedade", diz sobre o crime de injúria.
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