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POLÍTICA Quarta-feira, 18 de Janeiro de 2023, 10:40 - A | A

18 de Janeiro de 2023, 10h:40 - A | A

POLÍTICA / EXCLUÍDO POR FEDERAÇÃO

Cacique que participou de invasão em Brasília ameaça liderança indígena

Segundo FEPOIMT, ameaça foi feita após Rony Paresi ser removido de um grupo de lideranças indígenas da federação no WhatsApp

ALLAN PEREIRA
Da Redação



O cacique Rony Paresi, que participou da invasão às sedes dos Três Poderes da República em 8 de janeiro, foi denunciado à polícia por ameaçar um indígena da etnia Kayapó e membro da diretoria da a Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (FEPOIMT).

Ao MidiaJur, o 2º Secretário da FEPOIMT, Takakpe Tapayuna Metuktire, conta que ele e a federação foram ameaçados depois de remover o cacique de um grupo de WhatsApp com lideranças indígenas de Mato Grosso.

"O sr. Cacique Rony vem se manifestando a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O discurso dele vem, desrespeitosamente, falando contra as lideranças indígenas de Mato Grosso. Isso gerou um conflito no grupo do WhatsApp", conta Takakpe.

Rony escreveu para Takakpe: "sabes com que está mexendo parente?". No dia seguinte, ele escreveu e mandou "o terrorista está chegando aí... tomara que você ame a sua família", seguido de uma foto do 2º secretário. Ele também enviou que "já está mapeado garotinho" e "quer receber o presente amanhã ou que dia quer escolher garotinho?".

Takakpe conta que Rony tem atacado outras lideranças como o cacique Raoni Metuktire, da etnia Kayapó, reconhecido mundialmente pela defesa dos povos indígenas e da Floresta Amazônica.

Raoni subiu na rampa e foi uma das oito pessoas que entregaram a faixa na posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em nota de repúdio, a FEPOIMT também informa que tirou o cacique Rony por conta da sua participação nos atos terroristas que culminaram com a destruição do Palácio Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, em 8 de janeiro.

A federação pediu a Takakpe Tapayuna para executar a decisão de tirar o cacique do grupo de WhatsApp por conta das divergências políticas entre Rony com os demais membros, além do desrespeito às outras lideranças indígenas e a participação na invasão em Brasília. Depois disso, o cacique da etnia Paresi fez contato direto com Takakpe e proferiu supostas ameaças.

A FEPOIMT lançou uma nota de repúdio contra as ameaças sofridas por Takakpe e pela própria federação.

"Classificamos essa ameaça como uma gravíssima tentativa de intimidação não só pelo fato de ter sido direcionado a FEPOIMT, mas principalmente por sabermos que por trás dessas ameaças estão os grandes empresários e políticos que financiam e incentivam o golpe de estado", diz a nota.

A federação também informa que "não hesitará em tomar as medidas necessárias para garantir a segurança da sua equipe e das Lideranças Indígenas do nosso Estado".

"Por fim, repudiamos e não aceitaremos qualquer forma de ameaça que vise intimidar o direito da FEPOIMT de tomar posição em defesa da democracia e pela atuação pelos direitos indígenas", finaliza.

Takakpe registrou um boletim de ocorrência sobre as ameaças, que devem ser investigadas pela polícia.

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Geovani 18/01/2023

Bom dia. O dito cujo não atacou somente líderes do povo caiapo. Atacou liderança indígena tradicional Angelina do próprio povo Paresi. Esperamos que a justiça seja feita. E com rigor.

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