ALLAN PEREIRA
Da Redação
O cacique Rony Paresi, que participou da invasão às sedes dos Três Poderes da República em 8 de janeiro, foi denunciado à polícia por ameaçar um indígena da etnia Kayapó e membro da diretoria da a Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (FEPOIMT).
Ao MidiaJur, o 2º Secretário da FEPOIMT, Takakpe Tapayuna Metuktire, conta que ele e a federação foram ameaçados depois de remover o cacique de um grupo de WhatsApp com lideranças indígenas de Mato Grosso.
"O sr. Cacique Rony vem se manifestando a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O discurso dele vem, desrespeitosamente, falando contra as lideranças indígenas de Mato Grosso. Isso gerou um conflito no grupo do WhatsApp", conta Takakpe.
Rony escreveu para Takakpe: "sabes com que está mexendo parente?". No dia seguinte, ele escreveu e mandou "o terrorista está chegando aí... tomara que você ame a sua família", seguido de uma foto do 2º secretário. Ele também enviou que "já está mapeado garotinho" e "quer receber o presente amanhã ou que dia quer escolher garotinho?".
Takakpe conta que Rony tem atacado outras lideranças como o cacique Raoni Metuktire, da etnia Kayapó, reconhecido mundialmente pela defesa dos povos indígenas e da Floresta Amazônica.
Raoni subiu na rampa e foi uma das oito pessoas que entregaram a faixa na posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em nota de repúdio, a FEPOIMT também informa que tirou o cacique Rony por conta da sua participação nos atos terroristas que culminaram com a destruição do Palácio Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, em 8 de janeiro.
A federação pediu a Takakpe Tapayuna para executar a decisão de tirar o cacique do grupo de WhatsApp por conta das divergências políticas entre Rony com os demais membros, além do desrespeito às outras lideranças indígenas e a participação na invasão em Brasília. Depois disso, o cacique da etnia Paresi fez contato direto com Takakpe e proferiu supostas ameaças.
A FEPOIMT lançou uma nota de repúdio contra as ameaças sofridas por Takakpe e pela própria federação.
"Classificamos essa ameaça como uma gravíssima tentativa de intimidação não só pelo fato de ter sido direcionado a FEPOIMT, mas principalmente por sabermos que por trás dessas ameaças estão os grandes empresários e políticos que financiam e incentivam o golpe de estado", diz a nota.
A federação também informa que "não hesitará em tomar as medidas necessárias para garantir a segurança da sua equipe e das Lideranças Indígenas do nosso Estado".
"Por fim, repudiamos e não aceitaremos qualquer forma de ameaça que vise intimidar o direito da FEPOIMT de tomar posição em defesa da democracia e pela atuação pelos direitos indígenas", finaliza.
Takakpe registrou um boletim de ocorrência sobre as ameaças, que devem ser investigadas pela polícia.
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Geovani 18/01/2023
Bom dia. O dito cujo não atacou somente líderes do povo caiapo. Atacou liderança indígena tradicional Angelina do próprio povo Paresi. Esperamos que a justiça seja feita. E com rigor.
1 comentários