DA ASSESSORIA

O vereador de Cuiabá Sargento Vidal (MDB) se pronunciou publicamente na manhã desta quarta-feira (21) sobre uma investigação em andamento no Ministério Público (MPMT) referente a uma denúncia de supostos maus-tratos ocorridos em 2022, em seu santuário de animais, localizado na Comunidade de Morrinhos, em Santo Antônio de Leverger (33 km da capital). O parlamentar afirma estar sendo alvo de perseguição política por parte dos denunciantes.

Dois anos após, o caso ganhou notoriedade nesta terça-feira (20), com repercussão nacional, tendo em vista que as investigações criminais ainda estão em curso.

Ao tomar conhecimento do desenrolar dos fatos, Vidal fez questão de receber a imprensa no santuário e esclarecê-los, uma vez que o espaço destinado à proteção animal encontra-se em conformidade com os órgãos competentes. Durante o encontro, ele fez uma breve cronologia dos acontecimentos daquele dia.

“Uma vizinha testemunhou quando um carro chegou e deixou um cão morto dentro do abrigo, justamente quando o caseiro saiu para comprar um lanche. No dia seguinte, a Politec veio logo cedo, fotografou o cão e nem sequer o manuseou, já que estava visivelmente congelado e não pertencia ao abrigo; ou seja, a visita técnica realizada no abrigo não teve nenhum tipo de recolhimento de material ou teste de contra prova, materiais que comprovam o que estou dizendo. Isso que está acontecendo agora é uma perseguição política para me prejudicar, pois no dia dos fatos nada foi divulgado na mídia, e só agora durante a campanha política, dois anos depois, decidiram trazer à tona”, afirmou.

Ativista há mais de 39 anos, Vidal afirma que, durante esse tempo, denunciou inúmeros ‘aproveitadores’ que se valiam da comoção popular gerada pela causa animal para obter lucros pessoais, contrariando assim interesses diversos.

“Nunca escondi que denunciava esse tipo de comportamento. Muitos arrecadavam dinheiro, e não era pouco, pedindo na internet, e acabavam conseguindo até o triplo ou mais do que realmente gastavam com os animais, o que gerava revolta”, completou.

Sobre as acusações de possível negligência com os animais, Vidal contesta. Ele argumenta que o santuário é preparado para acolher animais em situação de vulnerabilidade, onde são devidamente tratados e cuidados até estarem em boas condições de saúde até a conquista de um novo lar.

“A única coisa que encontraram foi o obvio animais em estado de recuperação, pois são resgatados de forma precária, sejam eles quatro gatos desnutridos, algo que é normal e que sempre vai acontecer, a não ser que eu pare de fazer resgates, algo que, recentemente, tenho evitado bastante. Percebo que resgatar animais de rua é como enxugar gelo; quanto mais você resgata, mais pessoas abandonam animais doentes para que outros cuidem. Para enfrentar esse problema, criei meu próprio projeto de castração, pois é a única maneira de evitar a reprodução em massa, não há alternativa”, destacou.

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Suspeita – O vereador afirmaa que a denúncia foi feita pela ex-gestora da Secretaria Adjunta de Bem-Estar Animal da capital. Segundo ele, as provas já foram anexadas ao inquérito, que corre em segredo de Justiça, motivado, em sua avaliação, pelo desejo de vingança.

“Houve uma troca de gestão e contas reprovadas, gatilho para que a ex diretora deflagrasse uma cruzada contra a verdadeira proteção animal e a mim e meus apoiadores. Tenho tudo documentando e foram apresentado nos autos e, em momento oportuno, vai prevalecer a ampla defesa e o contraditório. Lamento o desenrolar dos fatos, mas esse é o preço que se paga quando você não se alia ao mal”, acrescentou.

Invasão - Em 14 de janeiro deste ano, o santuário dos animais do vereador foi invadido por vândalos armados que destruíram parcialmente o local. Na ocasião, diversos cães e gatos foram mortos, abandonados e levados pelos criminosos, que renderam o caseiro da propriedade.

“O caseiro ficou sob a mira dos bandidos, que o forçaram a deitar no chão. Eles soltaram alguns animais, colocaram os filhotinhos em sacolas, e, no dia seguinte, encontrei alguns deles mortos aqui. Mas eu não desisti e com a ajuda de parceiros, reconstruí o abrigo”, relatou Vidal.

Apelo – Vidal aproveitou para solicitar ao Ministério Público, à Delegacia Especializada de Meio Ambiente (DEMA), ao Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) e outros órgãos competentes, que ampliem sua fiscalização a outros espaços com a mesma finalidade do seu santuário.

“Me senti privilegiado em receber essa visita e saber que estou agindo conforme a lei. Peço que as autoridades façam o mesmo em outros locais, garantindo o mesmo direito que tive, sempre em prol do bem-estar animal”, frisou.

Próximos passos – Vidal afirma estar tranquilo quanto à continuidade das investigações e diz que continuará colaborando com o Poder Judiciário até que o caso seja totalmente esclarecido. “Confio muito na Justiça. Não é apenas o vereador que merece uma resposta, mas toda a população. Vamos continuar fazendo o que for necessário em prol dos animais e combater esse tipo denúncia eleitoreira”, concluiu.

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