MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
O Parque Estadual do Cristalino II, no Norte de Mato Grosso, teve 900 hectares desmatados apenas entre maio e agosto deste ano. A informação é do Fórum Mato-Grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad).
Um incêndio de grandes proporções atingiu a reserva ambiental na semana passada. O Corpo de Bombeiros mobilizou uma equipe para conter o fogo na área.
O Cristalino é alvo de uma disputa judicial entre a Sociedade Comercial e Agropecuária Triangulo Ltda e o Estado, que criou o parque em 2001. A empresa tem como sócio principal Douglas Dalberto Naves, apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como suposto laranja do empresário Antônio José Junqueira, considerado o maior desmatador da Amazônia.
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O secretário executivo do Formad, Herman Oliveira, alerta sobre o que é classificado como modus operandi do processo de uso e ocupação de áreas protegidas em Mato Grosso. Segundo ele, o caso no Parque Cristalino não pode ser isolado, afinal, as estimativas iniciais são de que pelo menos 900 hectares já foram desmatados e queimados de maio a agosto deste ano. Por esta razão, a desconfiança é de que o incêndio registrado na semana passada tenha sido causado de forma criminosa.
"A lógica dessas pessoas é desmatar, queimar e ocupar para que depois, quando não há mais como recuperar, o Estado legalize o que era ilegal. O que está acontecendo no Parque Cristalino agora já foi visto em outras regiões de Mato Grosso graças ao interesse de grandes grileiros e fazendeiros. Não se pode afirmar ainda as causas deste incêndio, mas dificilmente uma área deste tamanho pegaria fogo de forma natural. É fundamental apurar os fatos e mais do que isso, garantir a proteção do Parque enquanto Unidade de Conservação de extrema importância para o meio ambiente", afirmou Herman.
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