RAMON MONTEAGUDO
DA REDAÇÃO
O ex-secretário de Estado Cesar Zílio (Administração) iniciou um processo de delação premiada ao Ministério Público Estadual (MPE), após ter sido preso, no último dia 11, durante a segunda fase da Operação Sodoma.
Aos promotores de Justiça, ele entregou um documento em que se compromete a comprovar pelo menos 11 casos de corrupção de que teria participado durante o período em que foi secretário do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Por causa da consistência das informações, ele foi colocado em liberdade e o processo de delação premiada iniciado.
A partir de agora, ele terá que juntar todo o tipo de documentação que embase os casos relatados.
Já com base no que contou, a Delegacia Fazendária deflagrou, no último dia 22, a terceira fase da operação, em que foram presos o também ex-secretário de Administração, Pedro Elias Domingos de Mello; o ex-secretário de Gabinete, Sílvio César Correa Araújo - e decretada uma nova prisão preventiva a Silval Barbosa, detido desde setembro de 2015, na primeira fase da Sodoma.
R$ 1 milhão
Segundo apurou o MidiaNews, junto a um advogado, os casos se referem a diversos contratos e negociatas, ocorridas durante o período em que atuou como secretário – de janeiro de 2011 a janeiro de 2013.
Em um dos relatos feitos ao MPE, Zílio afirmou que, em meados de 2012, foi procurado, em seu gabinete, na Secretaria de Estado de Administração, pelo então deputado estadual Walace Guimarães (PMDB).
Walace lhe disse que “precisava de uma ajuda”, e pediu para Zílio adiantar alguns pagamentos relacionados à sua campanha à prefeito de Várzea Grande, na qual ele se elegeria, em outubro daquele ano.
No documento entregue aos promotores de Justiça, Zílio diz que Walace lhe pediu para fazer pagamentos aos “seus sócios”, os empresários Antônio Roni de Liz, da gráfica De Liz Ltda., e Evandro Gustavo Pontes da Silva, da E.G.P. da Silva – ME (Intergraf Gráfica e Editora).
Além das duas gráficas, Walace teria dito que representava outras empresas do ramo.
Segundo relatou Cesar Zílio, o então deputado lhe garantiu que, caso ele o ajudasse, também seria beneficiado com propina.
Como aceitou a proposta, Zílio disse que recebeu algo em torno de R$ 1 milhão do grupo do então deputado – que seria eleito e depois cassado pela prática de “caixa dois” na campanha.
Segundo o ex-secretário de Estado, o esquema para o desvio do dinheiro e o pagamento de propina funcionava assim: apenas 20% dos serviços gráficos eram prestados, para “camuflar” o contrato – sendo falso os atestados em notas fiscais de valores acima deste percentual.
Zílio, segundo apurou a reportagem, teria dito que entregaria outros valores, relacionado a propinas, a autoridades do Estado. Ele, no entanto, não revelou ao ex-secretário quem seriam os beneficiados.
Outros casos
Segundo a fonte do MidiaNews, os outros casos envolvem esquemas com empresas da área de construção civil, imprensa, agência de turismo, posto de combustível, gestora de plano de saúde e tecnologia da informação.
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