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JUSTIÇA Segunda-feira, 22 de Agosto de 2022, 18:12 - A | A

22 de Agosto de 2022, 18h:12 - A | A

JUSTIÇA / EXCLUSIVO

"Laranja" de juiz preso por extorsão movimentou R$ 619 mil

O juiz Hedy Carlos Soares foi preso em Rondônia. Ele é acusado de extorsão contra um sócio

MIKHAIL FAVALESSA E LÁZARO THOR
Da Redação



Considerado "laranja" do juiz de Rondônia Hedy Carlos Soares, preso na semana passada, o empresário Wevergton Alves da Silva é morador e atua em Cuiabá. Wegergton tem um CNPJ de microempreendedor individual (MEI) e declarou renda mensal de R$ 1.045,00 ao abrir conta bancária neste ano.

Apesar de declaração de pouco valor, a conta de Wevergton movimentou R$ 619 mil apenas em junho deste ano, segundo o Ministério Público de Rondônia (MPRO).

De acordo com o MPRO, os dois são suspeitos de integrar um grupo voltado a extorsão, falsidade ideológica, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, entre outros possíveis crimes.

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O juiz Hedy Carlos Soares foi preso por determinação do Tribunal de Justiça de Rondônia em 16 de agosto. Na mesma decisão, relatada pelo desembargador Osny Claro de Oliveira, também foram presos a advogada Bárbara Siqueira Pereira, e os policiais civis de São Paulo Edson Navarro Miranda e Claudinei Aparecido Ribeiro.

O Tribunal de Justiça determinou o bloquieo de R$ 4,2 milhões das contas dos envolvidos no caso.

No caso de Wevergton, o desembargador proibiu o "laranja" de manter contato com os demais investigados, além das vítimas e testemunhas. Uma carta precatória foi enviada ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) para intimá-lo da decisão.

A extorsão teria acontecido na tentativa de Hedy Carlos cobrar R$ 3 milhões de Sérgio Beraldo Santos, que administrava uma fazenda sua em Rondônia, e da esposa de Sérgio, Andréia de Lima Sinotti.

De acordo com a decisão, no decorrer da investigação, "foram colhidos fortes indícios de que a dívida que a origem da dívida que Hedy Carlos cobra de Sérgio e Andréia deriva de vendas dissimuladas de semoventes".

Hedy Carlos teria obrigado Sérgio e Andréia a assinarem uma procuração lhe dando plenos poderes para gerir suas finanças e bens em razão da suposta dívida. Os R$ 3 milhões seriam uma "diferença" de negócios feitos por Sérgio na fazenda do juiz em pouco mais de um ano na função de administrador da propriedade.

A procuração dava poderes ao empresário de Cuiabá Wevergton Alves da Silva para administrar os bens. Já Wevergton, por sua vez, havia assinado outra procuração repassando os direitos para o juiz Hedy Carlos. Segundo o Gaeco, a movimentação indica que Wevergton atuava como "laranja" do juiz.

Em seu voto, o desembargador Osny Claro de Oliveira relata um trecho do depoimento de Andréia que afirmou, "ao ser indagada sobre o conteúdo dessa procuração, explicou que se tratava de um instrumento já elaborado, no qual ela e seu esposo concediam plenos poderes a uma pessoa de nome Wevergton Alves da Silva, habilitando-o a praticar atos de livre disposição de seus bens e do esposo".

Segundo as investigações, Wevergton também emprestava a ficha dele na Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron) para movimentação de gado da fazenda do juiz.

"Em síntese, relatou que, no dia 25/05/2022, Hedy Carlos, acompanhado de dois homens armados, teria lhe constrangido, mediante grave ameaça e restrição de sua liberdade, a entregar seus veículos e assinar documentos, em especial uma procuração de plenos poderes a Wevergton Alves Da Silva, que logo depois foi assinada também por sua esposa, a qual também foi alvo da extorsão", explica o desembargador em trecho do processo.

Osny Claro de Oliveira pontua que com relação aos crimes de sonegação fiscal majorada e lavagem de dinheiro "Andréia ainda citou que diversos bens do magistrado são registrados em nome de terceiras pessoas e que isso é algo que acontece há algum tempo e que um desses terceiros é a pessoa de Wevergton".

Com a quebra do sigilo financeiro e fiscal dos envolvidos, o Relatório de Inteligência Financeira apontou movimentações financeiras suspeitas de Hedy Carlos, Bárbara, Wevergton e Andréia.

"Conforme verificado pela cooperativa bancária, na qual Wevergton possui conta, este declarou em 24/05/2021, rendimento de R$ 1.045,00 (mil e quarenta e cinco reais), contudo as movimentações efetuadas em junho de 2021, superaram em aproximadamente R$ 617.955,00 (seiscentos e dezessete mil e novecentos e cinquenta e cinco reais) a capacidade declarada. A declaração de renda de Wevergton junto à agência é considerada atual, no entanto as suas movimentações realizadas são incondizentes, corroborado ao fato de Wevergton ter se negado a prestar esclarecimentos da origem dos valores auferidos na análise, podendo caracterizar uma possível tentativa de burla à Fazenda Pública", diz voto do desembargador.

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