DA REDAÇÃO
Uma faxineira da Central de Flagrantes (Cisc) de Cáceres (220 km de Cuiabá) e a filha dela estão entre os presos na operação Efialtes, deflagrada pela Corregedoria da Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (7), com base em investigações que apuraram a violação de lacres e a troca de cocaína apreendida por gesso e areia, constatada durante uma incineração de drogas realizada em abril deste ano.
Maria Lúcia da Silva e Ariane da Silva Almeida seriam os auxiliares de policiais civis do Cisc (1ª DP) e da Delegacia de Fronteira (Defron) que desviavam drogas apreendidas na fronteira entre Mato Grosso e Bolívia. Entre os cinco servidores alvos está o policial e suplente de vereador Antônio Mamedes. Ele encontra-se foragido.
Outro servidor é o investigador Luismar Castrillon Ramos, de 50 anos, preso em agosto deste ano por crime de agiotagem, durante a operação Loan Shark, após ameaçar uma comerciante, que também é alvo da operação.
Os demais investigadores são: Ariovaldo Marques Aguilar, Sérgio Amancio da Cruz e Paulo Sérgio Alonso. As informações foram divulgadas pelo portal RDNews e confirmadas pelo Midiajur.
As investigações realizadas em inquérito instaurado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil iniciaram há, aproximadamente, oito meses, após o órgão corregedor receber a notificação de que durante a incineração de drogas realizada pela Delegacia Especializada da Fronteira (Defron), no dia 19 de abril deste ano, em Cáceres, foi constatada a violação de lacres das embalagens de perícia dos entorpecentes apreendidos. Em alguns envelopes houve a substituição de parte do material apreendido por outro diferente como, por exemplo, areia e gesso.
Na ocasião, foi determinada pela Corregedoria a correição extraordinária na sala da Defron e da Delegacia Municipal de Cáceres, onde eram armazenadas as drogas apreendidas. Foi identificado um invólucro plástico violado com diversos tabletes que, ao serem manuseados e devido ao peso muito leve, constatou-se ser semelhante a isopor.
A equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada e fez a análise de todos os lacres e embalagens armazenadas no local, assim como as embalagens violadas que foram constatadas durante a incineração. Com os laudos periciais concluídos, foi confirmada que a droga apreendida, lacrada e armazenada na Defron havia sido substituída pelos tabletes de isopor, gesso e areia.
A investigação apontou que o material usado para substituir as drogas foi feito com o claro objetivo de confundir, produzido com formato semelhante e com a mesma cor de embalagem. Por exemplo, se a droga acondicionada tinha sido embalada com material de cor amarela, o tablete usado para substituí-la também era feito da mesma forma.
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