FÁBIO ZANINI
Da Folhapress - São Paulo
A Polícia Federal solicitou a inclusão do operador financeiro Clóvis Miller Júnior na Difusão Vermelha da Interpol.
Alvo das operações Fluxo Capital e Caixa Fria nesta quinta (3), Miller Júnior é apontado como chefe no Brasil da estrutura utilizada por narcotraficantes, entre eles, Luiz Carlos da Rocha, o "Cabeça Branca", para lavagem de dinheiro.
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Informações do setor de Inteligência da PF dão conta de que o operador tinha receio de estar na mira das autoridades após a prisão de Cabeça Branca, em 2017, e estaria nos Estados Unidos ou na Suécia.
Miller Júnior é apontado como responsável por uma rede de empresas de fachada utilizadas para lavagem de dinheiro e, diz a PF, tem lugar de destaque na estrutura financeira do grupo ao lado do doleiro paraguaio Julio Cesar Servian.
Servian está preso no Paraguai e também foi alvo das ações da PF. Ele é dono da Zafra Câmbios, casa de câmbio com sede em Assunção e filiais em outras cidades da fronteira com o Brasil.
Relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) mostram que empresas e pessoas ligadas direta e indiretamente a Miller Júnior movimentaram cerca de R$ 4 bilhões entre 2014 e 2018.
Segundo a PF, mesmo após deixar o Brasil, Miller Júnior continuou a atuar no esquema de lavagem de dinheiro do grupo.
"Conforme se apurou, principalmente, através da verificação de acessos à internet (IP's) para movimentação de contas do grupo nos referidos países", diz a PF.
A PF mapeou por meio das quebras de sigilo a rede de empresas utilizadas pelo grupo, os laranjas utilizados registro das firmas e a atuação de integrantes do grupo no transporte de valores provenientes do narcotráfico.
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