ALLAN PEREIRA
Da Redação
A vítima Soniamar Martins Muniz, encontrada morta e carbonizada em seu apartamento no Centro de Jaciara, foi vítima de latrocínio, e não de um incêndio acidental. O jovem Gabriel Pires de Moraes, de 21 anos, tentou simular uma situação de suicídio para mascarar o crime, de acordo com a Polícia Civil. Ele foi preso em flagrante ainda nesta sexta-feira (2).
Segundo a Polícia Civil, as equipes da Politec observaram vários indicativos de que o incêndio seria criminoso, uma vez que a residência não havia objetos inflamáveis. O quarto em que a vítima foi encontrada estava trancado. As chaves não foram encontradas na casa - o que indicou para os peritos e policiais que ela foi trancada por uma terceira pessoa.
Em análise das câmeras de monitoramento do local e adjacências, foi possível perceber que o suspeito foi até a casa da vítima por volta das 22 horas de quinta-feira (01) e saiu por volta de 01 hora da sexta, instantes antes do início do incêndio. Após identificação do suspeito, foram iniciadas as diligências para sua localização.
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Ao ser localizado, o suspeito estava em posse do celular, notebook e de outros pertences da vítima. Ele foi conduzido a Delegacia de Jaciara, foi interrogado pela delegada Anna Paula Marien e negou a autoria dos fatos. Mas, durante a investigação, foi constatado que ele tentou simular uma situação de suicídio da vítima.
Os investigadores apontam que Gabriel usou o aparelho celular subtraído para mandar mensagem para a filha dela, se passando pela mãe, dando a entender que tentaria algo contra a própria vida.
“Ficou claro que ele tentou burlar toda situação para parecer um suicídio e, apesar de negar os fatos durante interrogatório, ele tentou frisar o estado anímico da vítima, dizendo que ela estava muito triste, chorosa, dando indicativos de que ela estava propensa a prática do suicídio”, disse a delegada.
Além dos bens encontrados em posse do suspeito, há indicativos de que no apartamento da vítima havia dinheiro que ela estava guardando para fazer uma cirurgia, o que não está confirmado, mas foi verificado que apartamento foi todo revirado e que pertences dela foram subtraídos, caracterizando a situação de roubo seguido de morte.
“O caso não é tratado como feminicídio, uma vez que tudo indica que o intuito do suspeito era o patrimônio da vítima, não se tratando de uma situação de gênero, já que não havia uma situação íntima de afeto duradoura caracterizada entre as partes, nem indicativos de brigas, ciúmes ou motivação passional”, destacou Marien.
A Polícia aguarda o laudo de necrópsia, que poderá esclarecer como ocorreram os fatos, mas os indicativos são que ele tenha agredido/matado a vítima antes de colocar fogo no apartamento. A perícia também apontará o material utilizado para causar o incêndio, que tomou proporções muito grandes em pouco tempo.
O delegado titular da Delegacia de Jaciara, José Ramon Leite, destacou o trabalho de toda equipe, que não mediu esforços e em poucas horas conseguiu solucionar o caso emblemático, identificando e prendendo o suspeito, efetuando o flagrante e representando pela prisão preventiva do autor dos fatos, que foi colocado à disposição da Justiça.
“A Polícia Civil reafirma o seu compromisso com a sociedade no rápido esclarecimento deste caso de grande repercussão e de complexidade dos fatos. Todas as equipes da Delegacia de Jaciara foram despendidas no trabalho investigativo para resposta rápida e efetiva em tempo recorde”, disse o delegado.
(Com assessoria)
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