ALLAN PEREIRA
Da Redação
Os corpos dos quatro jovens marenhenses, que foram executados em Cuiabá por membros do Comando Vermelho no ano de 2021, podem estar em enterrados em um cemitério clandestino no bairro Osmar Cabral, de acordo com informações apuradas pelo Midiajur.
Segundo o delegado Caio Albuquerque, que lidera as investigações na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os corpos das vítimas ainda não foram localizados.
Policiais, junto com equipes da Gerência de Operações Especiais (GOE), Politec e Corpo de Bombeiros, passaram o dia de segunda-feira (6) em um terreno baldio do bairro, tentando localizar os corpos.
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O inquérito policial que investigou a execução dos jovens, decorrente da Operação Kalypto, foi concluído em fevereiro de 2023 com o indiciamento de oito investigados pelos crimes de sequestro e homicídio qualificado, ocultação de cadáver e integração de organização criminosa. Uma pessoa também foi indiciada pelo crime de falso testemunho. Eles já foram denunciados e viraram réus perante à Justiça. O próximo passo é eles serem levados para o Tribunal do Júri.
O delegado aponta que a busca pelos corpos faz parte de uma nova fase das investigações da operação. "Estamos aqui em um dever estatal para com a família, que é encontrar os corpos para que eles possam enterrá-los de uma forma digna", pontua o delegado.
Tribunal do crime
As mortes de Tiago Araújo, 32 anos, Paulo Weverton Abreu da Costa, 23 anos, Geraldo Rodrigues da Silva, 20 anos e Clemilton Barros Paixão, 20 anos, foram ordenadas pela facção, que determinou um ‘tribunal do crime’ porque julgou que as vítimas pertenciam a outro grupo rival. Os criminosos resolveram assassinar os rapazes - dois irmãos, um cunhado e um amigo, que desapareceram das respectivas residências, no Jardim Renascer, no dia 2 de maio de 2021.
A investigação da DHPP de Cuiabá reuniu diversas informações coletadas durante inúmeras diligências realizadas na Capital e também no Estado do Maranhão, que levaram à identificação dos envolvidos na execução dos quatro rapazes.
Além de condenar as quatro vítimas a um tribunal da facção, os integrantes da organização criminosa também coagiram familiares das vítimas, que foram obrigados a ir embora de Cuiabá porque receberam ameaças de morte.
A investigação apurou que as vítimas foram cruelmente mortas - sofreram decapitação, amputação dos dedos e uma delas foi atingida por um disparo no peito. Outras duas foram mortas com disparos na nuca.
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