LÁZARO THOR
O relatório de investigação produzido durante o inquérito policial analisou os vídeos gravados por testemunhas que viram a morte do jovem Diego Kaliniski, assassinado em fevereiro por agentes da Polícia Militar de Mato Grosso.
Diego foi morto após reagir a abordagem policial e a morte foi gravada por pessoas que estavam no local e testemunharam o fato. A Polícia Militar requisitou gravações também de estabelecimentos comerciais locais. No entanto, de acordo com a Polícia Civil, as imagens "somem" em determinados momentos do vídeo.
No relatório, a polícia indica que as câmeras dos locais pararam de gravar as imagens por não haver "movimento" de pessoas no local. Esta seria, segunda a Polícia Civil, uma configuração das câmeras daqueles locais.
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"Há um corte nas filmagens do Supermercado Romancini entre 03:33:38 hs e 03:34:08 hs. Tal corte nas filmagens existe pelo fato das câmeras estarem configuradas para gravação somente quando detectar movimento", diz trecho do relatório da polícia.
A gravação registra outro corte logo em seguida entre 03:35:21 e 03:36:56. O relatório da polícia também cita que há grande movimentação de pessoas no local.
Às 03:35:21 hs nota-se que muitas pessoas estão aglomeradas próximas aos policiais e vítima. Em seguida, há
outro corte na filmagem voltando a gravar já às 03:36:56 hs", diz trecho do depoimento.
A própria Polícia Civil admite que o momento "crucial" do assassinato de Diego não foi registrado pelas câmeras:
"Às 03:37:30 hs é possível notar o SGT FABIO puxando DIEGO pelo braço, sendo este arrastado na tentativa de conduzi-lo até o camburão. Deste momento em diante, não conseguimos ter muitas informações das imagens desta câmera. Momento este crucial dos fatos. A câmera volta a gravar as 03:38:42 hs, momento em que DIEGO já se encontrava caído no chão após ser alvejado pelo SD DUTRA."
Segundo o relatório da própria Polícia Civil, as câmeras "pararam" de gravar durante 3 minutos, em três ocasiões diferentes.
Outro lado
Em nota, a Polícia Civil informou que o inquérito segue em andamento. O inquértio Policial Militar foi concluído na Corregedoria, segundo a Polícia Militar.
Nota da Polícia Militar
A respeito dos questionamentos do inquérito policial sobre a ocorrência registrada no município de Vera, no dia 05 de fevereiro deste ano, a Polícia Militar de Mato Grosso informa que:
- O inquérito instaurado pela Corregedoria-Geral foi concluído;
- Dentro do código da PMMT, os militares respondem por: Homicídio Simples (Art. 205) e Lesão Corporal (Art. 209);
- Os policiais envolvidos na ocorrência foram transferidos para o 11º Batalhão de PM, em Sinop.
Nota da Polícia Civil
A Polícia Civil informa que o inquérito policial instaurado na Delegacia de Vera para apurar a morte do jovem Diego Kaliniski, ocorrido no dia 05 de fevereiro, durante uma abordagem da Polícia Militar, segue em andamento na unidade policial.
Durante os trabalhos, foram realizadas oitivas de testemunhas e outras diligências para levantamento de todas as informações necessárias ao esclarecimento dos fatos.
O delegado responsável pelas investigações, Victor Hugo Caetano de Freitas, aguarda apenas a disponibilização de alguns laudos periciais para conclusão dos trabalhos, devendo o inquérito policial ser relatado até o final do mês de abril.
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