ALLAN PEREIRA E MIKHAIL FAVALESSA
O deputado estadual Valdir Barranco (PT) afirma que as lideranças da sigla petista mato-grossense já conversaram com o deputado federal Neri Geller (PP), que quer concorrer a única vaga do Senado nas eleições 2022. A condição para que Neri ganhe apoio da Federção (formada pelas siglas do PV e PCdoB) é apoiar e subir ao palanque do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que vai disputar novamente à presidência.
"Obviamente, nós não temos condição de apoiar ninguém que não assuma o compromisso com a campanha do presidente Lula. Nós não vamos apoiar. Há uma decisão da Federação, que se formou aqui em Mato Grosso. Estamos construindo o palanque do Lula", diz Barranco na manhã desta quarta (23), na Assembleia.
Silêncio
De acordo com Barranco, após ser avisado da condição, Neri não deu resposta a ele e os demais líderes petistas. "Não deu resposta, nem que sim nem que não", disse.
Nós não temos condição de apoiar ninguém que não assuma o compromisso com a campanha do presidente Lula. Nós não vamos apoiar
Não seria a primeira vez que Neri Geller integraria uma chapa ou (quem sabe) um governo petista. De 2014 a 2015, foi o ministro da Agricultura no mandato da ex-presidente Dilma Rousseff relembrou Barranco.
Nos bastidores Neri trabalha para ser candidato do governador Mauro Mendes (União Brasil), mas que a aproximação entre os dois não tem se concretizado, pois o chefe do Palácio Paiaguás tem se voltado para o senador Wellington Fagundes (PL), que é o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL), para atrair mais votos.
"A gente sabe que ele esteve no nosso governo. Mais do que ninguém, ele sabe a diferença entre o que nós fizemos por Mato Grosso e o que não foi feito até agora. Então, a decisão é dele", diz Barranco.
"Mauro tem se aproximado cada vez mais do Wellington e isso tem afastado essa candidatura dele. Ele disse que não volta atrás. Independente de o Mauro apoiá-lo ou não, ele será candidato ao Senado está trabalhando com essa construção".
"E se ele for, ele não precisa de nós, mas se ele realmente for rechaçado lá e ele precisar de nós, ele vai ter que se definir [se apoia o Lula], já que Wellington é claramente bolsonarista", diz.
Barranco pontua também que o PT em Mato Grosso planeja lançar um nome próprio ao Senado e indicou a ex-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a professora Maria Lúcia, que já foi candidata ao parlamento nas eleições suplementares. Seja quem form, terá que ser um nome que aceite subir no palanque de Lula.
"Nenhum candidato que queira nosso apoio ao Senado e não abrace a campanha do presidente Lula, nós vamos nós não vamos abraçar também é melhor. Nós teremos um candidato para concorrer com as propostas que sejam claros nesse sentido. Esse é uma condição que nós temos colocado", arremata.
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