ALLAN PEREIRA
Da Redação
O senador e candidato a reeleição Wellington Fagundes (PL) afirma que o adversário e deputado federal Neri Geller (PP) tenta criar uma "cortina de fumaça" com a delação do empresário Pierre François Amaral de Moraes.
Na tarde desta quarta-feira (24), ao realizar uma coletiva para falar da cassação do mandato parlamentar e ter se tornado inelegível por oito anos, Neri apresentou um depoimento do empresário afirmando que pagou R$ 1 milhão em propina a Fagundes.
"No dia em que ele recebe a notícia da cassação, ele vem com uma acusação dessa. Eu acho que isso aí é, no mínimo, quem quer jogar uma cortina de fumaça. O problema é dele. Então, ele é que deve explicar e, sem dúvida nenhuma, quem acusa tem que provar também", disse Fagundes na manhã desta quinta-feira (25), em evento no Tribunal de Contas.
Leia mais:
Juíza mantêm Neri na disputa e nega acesso a fundo eleitoral
Meu assassinato político não vai ocorrer com cassação, diz Neri
Fagundes afirma que não responde a nenhum processo e que não vai acionar os seus advogados para processar Neri.
"Não tem nada que acionar, não existe processo. Quando voce não tem uma acusação formal, não tem o que fazer. Isso foi em 2014. Eu acredito que, se o MP não se manifestou até hoje, é por que não viu fundamento", diz.
Disse ainda que o deputado está passando por um momento difícil, que não quer polarizar o pleito eleitoral e vai trabalhar em uma campanha propositiva.
"Ele que prove [as acusações]. Eu não estou no momento de buscar polarizar com ninguém. Eu sei que ele está muita dor de cabeça. Conheço muito o Neri, inclusive o respeito. Agora, desespero na campanha leva muito isso aí. Eu nunca fiz política e campanha na base da acusação", diz.
Delação de empresário revela propina a senador - De acordo com depoimento do delator Pierre François Amaral de Moraes, o pagamento seria por conta de um contrato que a empresa Lumax havia obtido junto ao governo estadual.
A delação também aponta que, na disputa eleitoral ao Senado em 2014, Wellington procurou Pierre para pedir ajuda com recursos de campanha, que foram transferidos via caixa dois, sem que estivessem regularizados.
Segundo o depoimento do empresário, Fagundes sugeriu que Pierre procurasse o governador Silval Barbosa para entregar a quantia. Pois, segundo Wellington, o governador não estaria ajudando na sua campanha.
Ao se encontrar com o governador, Pierre ouviu de Silval justamente o contrário: que ele havia repassado valores para a campanha de Wellington. Mesmo assim, o empresário repassou o dinheiro de caixa dois.
Neri é cassado pelo TSE - O deputado federal Neri Gelelr (PP) teve o mandato parlamentar cassado e tornado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral, na noite desta terça-feira (24), por arrecadação e gastos ilícitos de recursos (fonte vedada) e abuso do poder econômico.
De acordo com o MP Eleitoral, Neri teria utilizado a conta bancária do filho Marcelo Geller para mascarar recursos que havia recebido para a campanha eleitoral.
Na coletiva realizada na tarde desta quarta (25), dia seguinte a da cassação, Neri "assassinato político não vai acontecer dessa forma" e garantiu que não vai recuar da disputa ao Senado.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.