THAÍZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO
Depois de sofrer quatro derrotas nas mais altas Cortes brasileiras, o ex-secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas, entrou com um novo recurso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Mais uma vez, ele tenta anular dois inquéritos policiais em que é investigado por suposta participação na "Grampolândia Pantaneira”.
O esquema de escutas telefônicas ilegais aconteceu entre 2014 e 2015, já na gestão do ex-governador Pedro Taques.
O recurso, um agravo regimental, foi protocolado pela defesa de Rogers Jarbas nesta terça-feira (6). Ele tenta derrubar uma decisão da ministra Rosa Weber que, no último dia 29 de março, negou habeas corpus e manteve os inquéritos contra o ex-secretário.
O mesmo recurso também já foi negado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Nessa última Corte, inclusive, o agravo de Jarbas sofreu duas derrotas.
Denunciação caluniosa
Em um dos inquéritos, Jarbas é acusado de atrapalhar as investigações que apurou o esquema de escutas clandestinas no Estado - ele, inclusive, foi detido na Operação Esdras, em 2018.
No outro inquérito, o ex-secretário de Taques é acusado da prática dos crimes de usurpação de função pública, abuso de autoridade, denunciação caluniosa e prevaricação contra as delegadas de polícia Alana Cardoso e Alessandra Saturnino.
No recurso, Rogers nega as acusações e alega que houve irregularidades na condução dos inquéritos no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Também afirma que houve parcialidade enquanto o inquérito era conduzido pelos delegados Flávio Stringueta e Ana Cristina Feldner.
Coação
As investigações que cita Jarbas apontam que ele teria cometido diversos atos no sentido de atrapalhar as investigações sobre o esquema ilegal de grampos.
Um deles teria sido usar um tenente, do setor de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, apontado como seu “braço direito”, para cooptar e coagir um tenente-coronel a ajudar o grupo.
Ainda segundo a investigação, Jarbas teria obtido um depoimento da delegada Alana Cardoso de forma ilegal, mediante coação, no intuito de investigar - de forma transversal - o promotor de Justiça Mauro Zaque, autor da denúncia sobre os grampos ilegais.
Jarbas também é acusado de ter transferido uma agente da Secretaria de Segurança Pública para a unidade onde os investigados prestavam depoimentos sobre o esquema.
Seu objetivo seria obter informações privilegiadas sobre a investigação. Além disso, ele também teria repassados dados sigilosos sobre a investigação ao ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques.
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