RAMON MONTEAGUDO
DA REDAÇÃO
Em delação premiada feita ao Ministério Público Estadual (MPE), e já homologada pela Justiça, o ex-presidente do Intermat (Instituto de Terras de Mato Grosso), Afonso Dalberto, detalhou pelo menos três esquemas feitos na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), incluindo desapropiação e venda de áreas.
Segundo apurou o MidiaNews, houve irregularidades na desapropiação e pagamento superfaturados, além de propina, referentes às áreas conhecidas atualmente como Jardim Renascer e Jardim Liberdade, em Cuiabá.
Além disso, o ex-chefe do Intermat confessou a prática de irregularidades na venda do terreno onde funcionava a Escola Estadual José Magno, na Avenida Lava Pés, bairro Duque de Caxias.
Com base na delação premiada, a Delegacia Fazendária e o MPE devem deflagrar, em breve, uma operação para prender os acusados de participação nas fraudes e realizar buscas e apreensões.
R$ 30 milhões
Na delação, o ex-presidente do Intermat diz que a área do Jardim Liberdade foi vendida por cerca de R$ 30 milhões. Como recompensa, Afonso Dalberto confessou que recebeu R$ 600 mil de propina.
Na área do Jardim Renascer, vendida por R$ 12 milhões, também houve esquema, com pagamento de propina, mas Dalberto não recebeu nada.
Neste caso, Silval teria dito a Dalberto que a transação seria "bico seco", expressão usada para dizer que ele ficaria sem os valores do rateio da propina.
José Magno
Sobre a venda do terreno da escola José Magno, localizado em área nobre, próxima ao Goiabeiras Shopping, Dalberto contou que houve fraude na desapropiação.
A fraude teria beneficiado a empresa FS Properties Empreendimentos, que adquiriu o imóvel em 2013, por R$ 590.341,94.
A área, de 3.770 m², foi vendida pelo Estado sem avaliação - apesar de profissionais do mercado imobiliário a avaliarem em R$ 5 milhões.
A empresa teria alegado que usava o terreno como estacionamento, pediu a titulação da mesma e a obteve irregularmente, segundo a delação.
Pela transação fraudulenta, Dalberto teria recebido cerca de R$ 50 mil. Ele não soube afirmar ao MPE qual valor teria sido pago, no total, como propina aos outros envolvidos no esquema.
Em maio deste ano, a Justiça anulou a venda do terreno.
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