DA REDAÇÃO
Promotores e procuradores do Ministério Público Estadual (MPE) estão organizando a formação de uma comissão para acompanhar tudo o que se refere à Operação Ararath da Polícia Federal e à própria instituição.
Segundo um dos procuradores ouvidos pela reportagem, o MPE atravessa uma grave crise de imagem que pode comprometer a sua credibilidade perante a população.
A comissão irá atuar em relação ao inquérito da PF que cita e investiga o procurador-geral de Justiça Paulo Prado e o promotor de justiça do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) Marcos Regenold.
“Iremos atuar com total liberdade, principalmente ao analisar se houve, de fato, a prática de improbidade administrativa”, afirmou.
Prado e Regenold são acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de interceder em favor do ex-secretário de Estado Eder Moraes, atualmente detido no presídio da Papuda, em Brasília.
Regenold, que foi flagrado em uma interceptação telefonia conversando com Eder, durante busca e apreensão da PF em sua residência, teria feito manobras para prejudicar as investigações, segundo o MPF.
De acordo com a fonte do MPE ouvida pela reportagem, se for necessário, a comissão irá propor ação por ato de improbidade contra Regenold e Prado.
“Há um cenário que indica a probabilidade de terem ocorrido excessos por parte desses dois membros da instituição. Se, de fato, isso tiver acontecido, não hesitaremos em tomar as medidas necessárias”, disse a fonte.
Investigados
Juntamente com o promotor de Justiça Marcos Regenold, que pediu afastamento para não atrapalhar as investigações, Paulo Prado é citado no inquérito da Ararath, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro.
De acordo com os autos, o procurador teria sido conivente com as manobras do ex-secretário de Estado Éder Moraes - um dos principais articuladores do suposto esquema – para “direcionar” o foco das investigações.
Para isso, Éder teria utilizado o promotor Marcos Regenold, que atua no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), no intuito de conseguir contato com autoridades da Polícia Federal.
Outro lado
A redação entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério Público Estadual, que informou que tentará obter um posicionamento de Paulo Prado e de Marcos Regenold em relação ao caso.
PGJ cria grupo de trabalho para atuar em processos relacionados à Operação Ararath (atualizado às 19hs)
Assim como adiantou o MidiaJur, o Ministério Público oficializou a criação de um grupo de trabalho.
"A Administração Superior do Ministério Público criou, por meio do Ato 357/2014, do Procurador-Geral de Justiça, um grupo de trabalho para apurar todos os fatos de atribuição da esfera estadual, relacionados à “Operação Ararath”. O grupo realizará investigações e adotará as medidas judiciais cabíveis", informou o MPE, por meio de nota.
"O grupo é formado pelos promotores de Justiça: Célio Joubert Fúrio, Mauro Zaque de Jesus, Roberto Aparecido Turin e Sérgio Silva da Costa".
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