DA REDAÇÃO
“De um modo global, pecuária sustentável é produzir com respeito ambiental, social e gerando lucro. É produzir carne para todos, para sempre. No Brasil é seguir a lei e intensificar. Não existe carne mais sustentável no mundo que a brasileira. Nós queremos justiça climática e comércio justo”.
A fala é do presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Caio Penido, durante painel “Pecuária Sustentável” realizado na segunda-feira (14), no espaço Brasil da 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27), que acontece no Egito.
Penido participou do painel com representantes da produção da carne bovina de todo país, com a presença de produtores, indústria e governo.
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Ele explicou que a missão do Imac é promover a carne de Mato Grosso para o mundo. Neste sentido, o Instituto tem realizado contato com diversos mercados compradores como a China, Europa e Oriente Médio para apresentar de maneira adequada a carne mato-grossense, com objetivo de fortalecer e abrir novos mercados.
“Sempre nos deparamos com muitas exigências, especialmente sobre desmatamento. E após inúmeras conversas nos questionamos: será que existe alguma outra carne disponível no mercado global mais sustentável no mercado que a brasileira? Que garante conservação por lei, que vem de um clima tropical e que garante menores emissões de GEE (gases do efeito estufa) que outros países, com gado majoritariamente criado a pasto e com rastreabilidade. Não tem uma carne mais sustentável no mundo. Então partimos para construir uma narrativa sobre isso, porque sustentabilidade também é comunicação”, enfatizou.
Ainda segundo Caio Penido, o Imac trabalha para garantir comercio justo e justiça climática para o Brasil.
No novo paradigma rico é quem tem biodiversidade
“Estamos assumindo as rédeas da narrativa para que não fique mais nas mãos de países que se desenvolveram com a revolução industrial, emitindo GEE (gases do efeito estufa), desmatando, colonizando. Que trouxe para o mundo um modelo de desenvolvimento insustentável. Em Mato Grosso queremos reverter isso. Além de termos 62% do território destinado à conservação, temos o código florestal, temos a Embrapa trabalhando e inúmeros planos e projetos. Se o mundo quiser ajudar o Brasil não é dando esmola, não precisamos, não somos pobres. No novo paradigma rico é quem tem biodiversidade, quem tem potencialmente uma pecuária de baixo carbono. Nós queremos um comércio justo. Justiça climática ao Brasil”, afirmou.
O programa Passaporte Verde criado pelo Imac, que é um protocolo que vai garantir a rastreabilidade socioambiental e a qualidade da carne de Mato Grosso, também foi apresentado durante o painel.
Atualmente 80% da produção é rastreada e a meta é alcançar os 100% de verificação.
“O Passaporte Verde, que vem para apoiar a Secretaria do meio Ambiente (Sema) na regularização ambiental, com o Programa de Reinserção e Monitoramento do Imac e o Observatório da Carne de MT (PREM), com uma base cartográfica única para todos analisarem e acelerar o processo. Temos parcerias para mensurar o sequestro de carbono em Mato Grosso e trabalhando junto com o Ministério Público Federal (MPF) e indústrias frigoríficas com programa que faz a rastreabilidade socioambiental”, finalizou.
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