DA REDAÇÃO
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso pediu a condenação dos sargentos da Polícia Militar Agnaldo Leal dos Santos e Palmiro da Silva Maciel, denunciados por cobrança de propina de R$ 50 mil cada um em Barra do Bugres (a 164 km de Cuiabá), em 2014.
De acordo com o MP, os dois foram denunciados por concussão, que é "exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida".
Os casos teriam ocorrido em outubro de 2014. Na época, o sargento Agnaldo teria se deslocado até uma propriedade rural e exigido do proprietário da fazenda a quantia de R$ 50 mil para não lavrar multa em nome da vítima, "em razão de um suposto desmatamento praticado em sua fazenda".
Ela [corrupção] lesa de sobremaneira a confiança que a sociedade tem nas instituições policiais e também a que os próprios agentes possuem neles mesmos
"Ante a negativa da vítma, sob o mesmo pretexto, o denunciado sargento Agnaldo exigiu para si a quantia de R$ 35 mil, além de uma égua, raça quarto de milha, impondo-lhe o prazo de uma semana para que o ofendido lhe entregasse a vantagem indevida, o que não fora cumprido".
Segundo o MPE, o sargento PM Maciel realizou a abordagem de um veículo que, em tese, realizava o transporte irregular de defensivos agrícolas sendo encaminhado ao Comando da Polícia Militar, onde o PM exigiu, de outra vítima, pagamento de propina no valor de R$ 50 mil para não efetuarem a apreensão do material transportado, bem como não realizarem a prisão em fragrante dos responsáveis pega carga.
"Diante da negativa da vítima, sob o mesmo pretexto de não efetuarem a apreensão do material transportado, bem como não realizarem a prisão em flagrante, exigiu para si a quantia de R$ 15 mil para efetuar a liberação da carga em tese irregular, exigência esta que fora paga em espécie ao denunciado sargento Agnaldo".
Nas argumentações, ao pedir a condenação dos dois PMs, o promotor de Justiça Allan Sidney do Ó Souza argumenta que a corrupção policial é um problema sério que afeta no dia a dia das instituições policiais e da sociedade como um todo.
"Ela [corrupção] lesa de sobremaneira a confiança que a sociedade tem nas instituições policiais e também a que os próprios agentes possuem neles mesmos e, no Estado como gestor de suas atividades e garantidor do seu trabalho", afirmou.
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