ANGELA JORDÃO
Da Redação
A vereadora por Cuiabá, Katiuscia Manteli (PSB), afirmou que é preciso individualizar as responsabilidades pelos atos de cada parlamentar, em vez de atribuí-las ao coletivo. A declaração foi feita em referência à Operação Perfídia, deflagrada na manhã desta segunda-feira (29) pela Polícia Civil, que resultou no afastamento do colega de partido, Sargento Joelson (PSB), e do ex-presidente da Casa, Chico 2000 (PL).
O afastamento foi determinado pela juíza Edina Ederli Coutinho. Policiais civis estiveram na Câmara Municipal cumprindo mandados, especialmente nos gabinetes dos dois vereadores.
Ao comentar o fato de a operação comprometer ainda mais a imagem da Câmara — apelidada de “Casa dos Horrores” —, Katiuscia declarou que há, sim, “vereadores dos horrores”, mas ressaltou que a maioria é composta por pais e mães de família que trabalham intensamente, inclusive aos fins de semana, visitando bairros e ouvindo a população.
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“A gente precisa pessoalizar e responsabilizar as ações, deixando de atribuí-las ao coletivo. Existem vereadores dos horrores, mas também temos vereadores que estão aqui para trabalhar. Temos pais e mães de família, vereadores que saem cedo para trabalhar, inclusive nos finais de semana, visitando bairros”, afirmou.
A vereadora acrescentou que é hora de “mostrar à sociedade em quem as pessoas votam e por que votam”.
Operação Perfídia
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Cuiabá, incluindo gabinetes de vereadores, além de buscas nos sistemas e nas câmeras de monitoramento da própria Câmara Municipal, onde o crime teria ocorrido.
Ao todo, foram expedidas 27 ordens judiciais, incluindo mandados de busca e apreensão, quebras de sigilo de dados telefônicos e eletrônicos, além de sequestro de bens, valores e imóveis. As medidas foram tomadas contra cinco investigados. Dois deles são vereadores, afastados do exercício parlamentar por decisão judicial. Os demais alvos da operação são um empresário e dois funcionários da empresa envolvida.
As investigações tiveram início após uma denúncia recebida pela DECCOR em 2024, relatando que vereadores teriam solicitado propina a um funcionário da empresa responsável pela execução das obras do Contorno Leste, em troca da aprovação de uma matéria legislativa que viabilizou o pagamento de valores devidos pelo município à referida empresa, no ano de 2023.
Parte do valor teria sido depositada em conta indicada por um dos vereadores, e há indícios de que a outra parte foi paga em espécie, dentro do gabinete parlamentar, onde teriam ocorrido as negociações.
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