MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo (DEM), criticou a divulgação de informações falsas e imprecisas sobre os possíveis efeitos colaterais das vacinas contra a Covid-19.
Ele chamou de "oportunistas" os profissionais que se utilizam de possíveis reações adversas, para ganhar espaço nas redes sociais e na imprensa.
Circula, desde quinta-feira (10), nas redes sociais e em alguns veículos de comunicação, um vídeo feito pelo médico neurocirugião Luiz Afonso Matos, em Sinop (500 km ao Norte da Capital), no qual afirma que encontrou dois casos graves de problemas neurológicos, supostamente como consequência da vacina da Covid-19.
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Os dois casos foram notificados pelo médico à Secretaria Municipal de Saúde de Sinop, que ainda deve encaminhar ao Ministério da Saúde para investigação sobre o caso, que envolveria um adolescente de 13 anos e uma mulher de 26 anos, ambos vacinados com o imunizante da Pfizer.
No vídeo, Matos não cita exatamente as provas que teria sobre a relação entre a vacina e os problemas neurológicos, nem o histórico dos pacientes, ou qualquer outra informação mais aprofundada.
"Existem sempre os oportunistas de plantão. Você notificar um possível efeito colateral, e é possível que haja efeito colateral, como existe em todas as demais vacinas, mas a da Covid parece que se acontecer alguma coisa vira uma coisa do outro mundo. É só uma grande oportunidade para se expor, porque um profissional responsável faz a notificação e espera a apuração dos órgãos de controle para isso. Já está desenhado o protocolo de como deve ser o comportamento para isso. Tem que preencher formulários, colocar evidências, e isso entra por uma plataforma de análise. Mas sair por aí reverberando algo é mais uma contribuição para que as pessoas deixem de procurar a vacina", disse Gilberto, sobre o assunto.
O secretário lembrou o caso de uma criança de 10 anos, moradora de Lençóis Paulista (SP), que teve uma parada cardíaca, horas depois de ser vacinada.
Houve suspensão temporária da vacinação na cidade, e o caso teve repercussão nacional, com visita do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, à família da criança.
Contudo, investigação do Centro de Vigilância Epidemiológica, ligado ao Governo de São Paulo, descartou relação entre a vacina contra Covid-19 e a parada cardíaca.
"Eu não aprovo esse tipo de comportamento. Já houve fatos no país, se não me engano uma criança em Lençóis Paulista, que já foi comprovado que não foi a vacina que gerou aquele problema cardíaco que a criança teve, e graças a Deus não foi a óbito. Então, essa maneira de se colocar essas informações, ela pode gerar desconforto. Por isso, eu não aprovo. Acho que tem que seguir aquilo que está no protocolo e evitar reveberações desnecessárias que podem estimular a população a não se vacinar", defendeu Gilberto.
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