THIAGO STOFEL
DA REDAÇÃO
O procurador da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Luiz Eduardo Figueiredo Rocha e Silva, jantava com a família num posto de combustível pouco antes de matar o morador de rua Ney Muller Alves Pereira, de 42 anos, na noite de quarta-feira (9) no bairro Boa Esperança, em Cuiabá. O crime ocorreu ao lado da Universidade Federal de Mato Grosso.
De acordo com o delegado Edson Pick, da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), a vítima, segundo o suspeito, estava quebrando carros estacionados no local.
"Suspeito foi até seu veículo, verificou o dano, voltou, levou sua família para casa, procurou a guarnição da Polícia Militar no Shopping 3 Américas, foi ao posto policial no bairro Boa Esperança, relatou os fatos. Quando estava voltando para sua residência, encontrou o suspeito e efetuou os disparos", disse o delegado sobre a dinâmica dos fatos.
Para o delegado, o crime foi premeditado por uma série de fatores. Um deles é de que o procurador se aproximou da vítima já com os vidros de sua Land Rover abaixados. Em seguida, chamou pela vítima e efetuou os disparos. "Não digo uma execução, mas ele pode ter premeditado", falou.
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O delegado afirmou que procurador não conhecia a vítima e sequer viu o morador de rua danificando seu carro. "Ele reconheceu o Nei Muller pelas características repassadas no posto de combustível onde ele estava jantando", confirmando que outra pessoa pode ter danificado o veículo de luxo.
"No posto relataram as caracterísitcas. Uma pessoa magra, alta, com camiseta vermelha e de short. E em duas oportunidades ele viu a mesma pessoa com essas características", contou.
Pick contou que a situação no posto de combustível ainda não era de conhecimento da investigação e foi repassada pelo próprio suspeito no interrogatório. "A parte do posto, quem passou as caracterísiticas do Ney para ele, a gente vai avançar agora na investigação criminal", adiantou.
Segundo o delegado, desde a tarde de quinta-feira (10), a DHPP já tinha conhecimento da identificação do autor do assassinato, o que levou o procurador a se apresentar na DHPP.
"As diligências já estavam no curso e já tínhamos a identificação do suspeito, do carro e o endereço dele".
Edson Pick explicou que o procurador possuía porte de arma concedido pela Polícia Federal.
No depoimento, o autor do assassinato contou que não tinha a intenção de matar a vítima. "No final, ele se mostrou arrependido. Ele queria só tirar satisfação com a vítima, mas acabou efetuando o disparo", relatou o delegado.
O delegado informou que o servidor da Assembleia Legislativa está preso em flagrante e passará por audiência de custódia nesta sexta-feira (11). A DHPP representou pela prisão em flagrante para preventiva. "O dano material não justifica a morte da vítima. O flagrante foi lavrado por homicídio qualificado por motivo fútil e por fator de emboscada", pontuou.
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