ANGELA JORDÃO
O mundo lembrou, na última semana, os cinco anos em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia mundial da Covid-19. A partir do dia 11 de março de 2020, a emergência sanitária transformou a vida da população mundial, hospitais, unidades e profissionais ficaram sobrecarregados, aulas presenciais foram suspensas e o isolamento social foi necessário, perdurando por meses.
O uso de máscaras passou a ser obrigatório por todos, em todos os locais. Milhares de trabalhadores entraram em home office.
Palavras como coronavírus (causador da Covid-19), quarentena e lockdown passaram a fazer parte da rotina das pessoas.
Nesses cinco anos, Mato Grosso teve 15.274 óbitos pela doença, sendo 14 somente no ano de 2025. Foram registrados, até agora, pouco mais de um milhão de casos (1.082.300), de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde.
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Mortes
As primeiras mortes em decorrência da doença foram registradas no interior do estado, sendo a primeira em Lucas do Rio Verde no dia 03 de abril. Em seguida ocorreram óbitos em Cáceres, Sinop e Rondonópolis. No Brasil, a primeira morte aconteceu em 17 de março, na cidade de São Paulo.
Já o primeiro óbito na capital Cuiabá aconteceu em 16 de abril, sendo a quinta morte em Mato Grosso. A vítima era do sexo masculino, fazia parte do grupo de risco e estava internado em uma unidade de saúde privada.
Falta de Consenso
A partir da decretação da pandemia, começaram embates entre os poderes públicos municipais, Governo do Estado e Governo Federal. O então ministro da Saúde, Henrique Mandetta, defendia o fechamento total do comércio e demais estabelecimentos, além do isolamento de toda população. Já o então presidente Jair Bolsonaro era contra, achava que a vida deveria seguir normalmente e chamava a Covid-19 de “gripezinha”.
Não havia concesso sobre as medidas as serem tomadas e cada estado e município agia conforme o entendimento do governante local, já que o Governo Federal queria que tudo fosse liberado. O negacionismo lutava contra a ciência.
Em Mato Grosso, logo no início da pandemia, ainda em março de 2020, o governador Mauro Mendes (União) seguia o entendimento do presidente Jair Bolsonaro, sendo contra o isolamento total, tendo editado medidas que flexibilizaram a quarentena. Ainda em março, Mendes baixou um decreto permitindo o funcionamento do comércio, bares, restaurantes e shoppings. Já o então prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), defendia lockdow (confinamento) desde os primeiros momentos da pandemia.
Em 16 de abril, o Supremo Tribunal Federa (STF) confirmou a competência concorrente de Estados, Distrito Federal, Municípios e União em ações para combater pandemia. Governadores e prefeitos ficaram livres para estabelecer medidas que achassem necessárias. O Supremo também reconheceu que a União pode legislar sobre o tema, mas garantindo a autonomia dos demais entes.
Com isso, alguns municípios chegaram até mesmo a fechar seus acessos e barrar a entradas de pessoas de outras localidades.
Arena Pantanal
Em 23 de julho de 2020, começar a funcionar o centro de triagem na Arena Pantanal, que chegou a atender uma média de duas mil pessoas por dia. O centro funcionou até outubro de 2021, registrando 240 mil atendimentos.
Vacinação
No dia 18 de janeiro de 2021 teve início a vacinação em Mato Grosso, um dia após o início da vacinação nacional. A primeira pessoa vacinada no estado foi a técnica de enfermagem Luiza Batista de Almeida Silva, 43 anos, que atuava no Hospital Metropolitano em Várzea Grande, onde o governador Mauro Mendes deu o início oficial a vacinação.
Fim da pandemia
Quando a pandemia teve início, considerava-se que duraria poucos meses, que tudo estaria resolvido ainda no primeiro semestre de 2020. Mas, mesmo com a vacinação em massa, a pandemia durou dois anos, com o ano de 2021 sendo o pior em número de casos e morte, chegando a quase quatro mil óbitos diários no primeiro semestre de 2021. Entre março e abril de 2021, Mato Grosso registrou mais de 100 óbitos diários.
O fim da pandemia só foi decretado oficialmente pela OMS em 5 de maio de 2023.
Depois de cinco anos do início da pandemia de coronavírus, as lembranças da época do isolamento social e da emergência sanitária continuam frescas na memória. Mais de 7 milhões de pessoas morreram ao redor do mundo por causa da Covid-19. Com mais de 700 mil vida perdidas, o Brasil foi o segundo país com maior número de mortes no planeta.
Todos os dados sobre a Covid-19 em Mato Grosso estão disponíveis no Painel Covid-19 da Secretaria de Estado de Saúde
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