ALLAN PEREIRA
Da Redação
Quinzes suspeitos fazem parte da organização criminosa alvo da Operação Descarrilamento, deflagrada pela Polícia Civil para desmantelar uma quadrilha envolvida em furtos e receptação de combustíveis e grãos de vagões da empresa Rumo Logística, na manhã desta terça-feira (29). Veja lista completa dos alvos da operação no final da reportagem.
Segundo informações recebidas pela reportagem do MidiaJur, o grupo é liderado por um homem identificado como André da Silva Moura. Ele é quem definia a função de cada membro no dia da execução dos furtos.
A chácara de mãe de André, identificada como Wilma Luiz da Silva Moura, era utilizada para armazenamento e depósito dos produtos furtados, como combustível e grãos. Wilma também é mãe do suspeito Cristiano Da Silva Moura. Ao todo, 8 pessoas foram presas por mandado e outros 4 foram detidas em flagrante.
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Entre aqueles que foram presos em flagrante estão: Francisco Mateus Do Carmo Sousa, Cristiano da Silva Moura, Patrick Silveira Vieira e Elton Junior Tessaro Pitchenin. Patrick e Elton foram soltos após pagamento de fiança de R$ 15 mil.
Como funcionava o esquema
As investigações da polícia apontam que a residência era um local estratégico para abrigar os membros da quadrilha após os furtos.
A polícia descobriu também que Francisco Mateus do Carmo Sousa, Thaygor de Souza Figueiredo e Warley Oliveira de Souza tinham a função de "olheiros" nos momentos em que os crimes eram praticados.
Os três se colocavam em locais estratégicos para avisar os demais executores dos furtos, por telefone ou rádio transceptor, da aproximação de policiais ou para prevenir algum outro tipo de intervenção prejudicial à ação dos grupos.
Francisco e Mateus também trabalham ou trabalharam por algum período na chácara de Wilma.
Antes da formação da quadrilha de roubo de trens, Wilma e os filhos André e Cristiano também foram condenados em 2011 por tráfico de drogas em Alto Araguaia. Todos os seis foram julgados na mesma ação penal.
Outros três alvos da operação também foram condenados na ação penal de 2011, são eles: Ivonei Cornélio Da Silva, - Juraci Cornélio Da Silva e Roniclei Pereira Barreto.
Na organização, há aqueles também que eram encarregados de fazer contato com os funcionários da empresa Rumo, que possuíam informações privilegiadas sobre a programação de chegada, parada e partida dos trens, além do tipo de carga e nível de combustível dos vagões.
Outros prestavam apoio logístico, ou executavam o furto e repassavam ou negociavam com empresários receptadores.
Praticamente todos os dias a organização criminosa atuava, utilizando como código "realizar uma pescaria", que significava praticar os furtos ao longo da via férrea.
De acordo com o delegado de Alto Araguaia, Marcos Paulo Batista de Oliveira, a organização criminosa atuava desde 2017, com o furto de combustíveis e grãos dos vagões de trens de propriedade da empresa de logística.
A investigação estima que foram subtraídos mais de um milhão de litros de combustível e aproximadamente 100 toneladas de grãos, causando um prejuízo superior a R$ 6 milhões.
A Polícia Civil apurou que os envolvidos obtiveram lucros consideráveis com os crimes, adquirindo veículos e bens de alto valor, incompatíveis com a renda dos suspeitos.
Balanço da Operação - A deflagração da operação resultou na apreensão de 15 veículos, R$ 205 mil, seis armas de fogo, centenas de munições e sete mil litros de combustíveis. As ordens judiciais foram cumpridas em cidades de Mato Grosso e de Goiás.
Foram cumpridos, nesta terça-feira (29.11), oito mandados de prisão preventiva, oito medidas cautelares e 16 mandados de busca e apreensão expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, com base em investigações da Delegacia de Alto Araguaia. A operação envolveu o emprego de 91 policiais civis de diversas delegacias da Regional de Rondonópolis.
Os produtos foram subtraídos de vagões de trens estacionados ao longo da via-férrea, administrada pela empresa Rumo, que corta os municípios de Alto Araguaia e Alto Taquari. Para locomover as cargas furtadas, a quadrilha usava uma carretinha que se movia entre os trilhos férreos, entre outros equipamentos. Os crimes eram praticados durante a madrugada.
Os criminosos utilizavam dezenas de galões, bomba de sucção, além de veículos para o transporte. Os produtos eram retirados diretamente dos tanques de combustíveis das locomotivas ou ainda dos próprios vagões (carregados de milhares de litros de combustíveis diversos e toneladas de grãos).
Nomes dos integrantes da organização, segundo investigação da polícia:
- André da Silva Moura,
- Cristiano da Silva Moura,
- Wilma Luiz da Silva Moura (mãe de Cristiano e André),
- Francisco Mateus Do Carmo Sousa,
- Thaygor De Souza Figueiredo,
- Warley Oliveira de Souza,
- Ivonei Cornélio Da Silva;
- Elton Junior Tessaro Pitchenin,
- Paulo Henrique Cornélio Da Silva,
- Juraci Cornélio Da Silva,
- Rafael Gomes Assis,
- Roniclei Pereira Barreto,
- Adriano Sousa Barbosa,
- Patrick Silveira Vieira,
- Luiz Fernando Santos Garcia.
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