CECÍLIA NOBRE
Da Redação
No final de 2023, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou dados sobre furtos de energia em todo o Brasil, os famosos “gatos”. Em Mato Grosso, só no ano de 2023, foi contabilizado a perda de mais de R$ 105 milhões, devido a esses furtos de energia.
De acordo com o relatório, as chamadas perdas não técnicas de energia, no mesmo período, mas no ano de 2022, foi de mais de R$ 102 milhões, o que mostra que houve um aumento considerável, apenas um ano depois.
Em entrevista ao Mídiajur, o engenheiro eletricista e conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (CREA), Walter Aguiar Martins Júnior, informou que os “gatos” são contabilizados pela concessionária de energia elétrica e são repassados para todos os usuários da área de concessão, por meio da revisão periódica da tarifa de energia.
Leia mais:
Inscrição com isenção de taxa começa nesta sexta
“O gato aumenta o custo operacional da concessionária e o conjunto de cidadãos honestos pagam pelos furtos de energia elétrica, por meio de tarifas mais caras, além disso, afeta a qualidade da energia elétrica disponibilizada pela concessionária. Em resumo, os cidadãos de bem pagam pela energia elétrica furtada.” afirmou Walter.
O engenheiro informou ainda que a prática de “gato” é crime, tipificado no Código Penal, por meio do artigo 155, §3º e §4º, podendo chegar à pena de reclusão de um a quatro anos, além da aplicação de uma multa. “Além das penalidades há os riscos que incluem perigo de choque elétrico, incêndios devido a instalações inadequadas e sobrecarga na rede elétrica. Essas práticas colocam em risco a vida do indivíduo que realiza o gato, da edificação e de seus usuários, que utilizam a energia furtada” ressaltou.
Ao Midiajur, a concessionária Energisa informou que no ano de 2023 foram detectados mais de 41 mil “gatos” em todo o estado de Mato Grosso, onde equipes foram até o local e realizaram o corte da irregularidade e a aplicação de multas, por meio do Termo de Ocorrência e Inspeção (TOI).
Questionado sobre o aumento nos casos de furtos de energia, Walter disse que pode estar relacionado ao fenômeno social das desigualdades, econômica e social, associado ao alto custo da energia elétrica no Brasil. Além disso, podem existir os casos onde há a percepção de impunidade ou pela tentativa de evitar custos elevados de energia. "Cabe ao cidadão honesto, ao tomar ciência de furto de energia elétrica, informar a Polícia Militar para o flagrante, ou denunciar nos meios corretos pelos canais de atendimento" relatou.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.
Carlos Eduardo Alles Metzler Gomes 21/01/2024
Maiores empresas \"frigoríficos, máquinas de grãos, industrias, comércios e muitos mais, dentro do estado de Matogrosso que furtam energia com esse rombo gigantesco não o barraco que nem ar tem para usar com gato
Celso Antonio Feltrin 21/01/2024
Não acabam com os \"gatos\" na rede de distribuição de energia elétrica porque não querem. As leis dão total amparo para isso, sabem onde estão as gambiarras, mas como os políticos que estão por trás têm medo de perderem votos, e isso é fato, as coisas não andam. Rico também rouba energia elétrica, mas a grande maioria, infelizmente, são pessoas carentes, que estão nessa situação porque os políticos os colocaram lá de forma propositada, justamente para esse e outros objetivos. Esse problema é político e não técnico.
Eu 21/01/2024
O que a empresa fez de melhorias para melhorar o serviço e evitar gatos, nada pois os postes ficam fios velhos de telefone de internet um emaranhado que nem os técnicos da Energisa entende e como vai achar algum gato ou problema numa bagunça dessa, não acha e joga para o consumidor muitos roubos de energia e assim não tem prejuízo, pois esses valores são estimados que poderia ser de percas mas não a realidade.
3 comentários