GIOVANNA BAIOCCO
Da Redação
A história de Mato Grosso é marcada pela resistência e contribuição dos povos negros, que desde a época da escravidão moldaram a cultura, sociedade e economia do estado. Figuras como Tereza de Benguela, líder do Quilombo do Quariterê, um dos maiores do Brasil, e Jéjé de Oyá, ícone das festas da alta sociedade cuiabana, são testemunhos da rica herança afro-brasileira na região.
Com uma população majoritariamente afrodescendente, Mato Grosso destaca-se no cenário nacional por sua diversidade. Dados do Censo de 2010 do IBGE revelam que 60% dos mato-grossenses, ou 1.820.597 pessoas, se autodeclararam pretos e pardos, de um total de 3.035.122 habitantes.
Jejéde Oya é um dos ícones do colunismo social do Estado
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Atualmente, personalidades negras continuam a influenciar a cena cultural e profissional do estado. Adenir Carruesco, desembargadora e presidente do TRT-MT, possui uma trajetória marcada pela superação e mérito.
Nascida em uma família simples de cafeicultores, ela foi nomeada desembargadora federal em 2020 e assumiu a presidência do TRT-MT para o biênio 2024/2025.
Lindisey Catarina de Sá, advogada e pós-graduada em Ciências Penais e Produção Cultural, tem se destacado na promoção de questões artísticas e culturais afro-brasileiras há mais de 15 anos. Em seu papel como produtora cultural, ela contribuiu significativamente para eventos como a Lavagem da Escadaria da Igreja do Rosário, em Cuiabá.
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Outro nome de relevância é Nilson Farias de Oliveira, delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, que superou desafios pessoais e profissionais para se tornar uma figura respeitada na segurança pública de Mato Grosso.
A influência africana é visível também nas tradições culturais do estado, com danças como o Siriri e o Cururu, que são parte integrante do patrimônio cultural mato-grossense.
Além das figuras contemporâneas, a história de Mato Grosso é enriquecida por nomes como Zé Bolo Flô, poeta cuiabano que, apesar de semianalfabeto, encantava a cidade com suas poesias. Seu legado é celebrado no Parque Estadual Zé Bolo Flô.
Maria Taquara e Mãe Bonifácia são outros exemplos de resistência e empoderamento. Maria Taquara, ao desafiar normas sociais ao vestir calças, tornou-se um símbolo de liberdade feminina, enquanto Mãe Bonifácia é lembrada por sua força e solidariedade, sendo homenageada com um parque que leva seu nome.
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