GIOVANNA BAIOCCO
Especial para o Midiajur
Mato Grosso está vivendo a pior seca dos últimos 40 anos, um período de escassez hídrica que afeta gravemente a região e coloca em risco o equilíbrio ambiental e a qualidade de vida das pessoas. De acordo com um levantamento exclusivo do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) feito a pedido do portal G1, o estado enfrenta um cenário devastador com queimadas generalizadas, rios reduzidos a leitos secos e impactos severos sobre a fauna local.
Agosto, conhecido por suas altas temperaturas em Mato Grosso devido à proximidade com a Linha do Equador e intensa radiação solar, intensifica a crise hídrica. Este ano, a seca começou mais cedo e tem sido particularmente severa.
O Pantanal, uma das regiões mais afetadas, registrou uma média de 400 mil hectares cobertos por água nos primeiros quatro meses do ano — uma redução de 10% em comparação ao período seco do ano passado.
Além disso, até julho, foram contabilizados 800 mil hectares queimados no Pantanal, batendo recordes históricos, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Leia mais:
MT abre seletivo para ingresso de novos alunos nas escolas militares
A situação dos rios também é alarmante. O Rio Paraguai, um dos principais cursos d'água da região, atingiu o nível mais baixo registrado em 59 anos de monitoramento, com a medição atual em Cáceres, a 220 km de Cuiabá, chegando a 71 centímetros — abaixo da mínima histórica de 80 centímetros para o período.
Em Barra do Bugres, a 169 km da capital, o nível do rio foi registrado em 43 centímetros, o menor já observado para esta época do ano, embora a cota mínima histórica seja de apenas 6 centímetros, registrada em setembro de 2020.
O Cânion do Jatobá, em Vila Bela da Santíssima Trindade, famoso por suas águas cristalinas e profundidade de até oito metros, secou completamente. O cânion atraía entre sete e oito mil visitantes por temporada, oferecendo um refúgio paradisíaco em meio à seca.
A ausência de água não só impacta o turismo, mas também compromete as atividades econômicas locais e a biodiversidade.
Luana Samaia Neves de Souza
O cânion secou antes do que era esperado, já que as águas costumam secar em agosto
Divulgação
Nível do Rio Paraguai em Cáceres (MT) está baixo
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.