ALLAN PEREIRA
Da Redação
O incêndio florestal que destrói o Parque Estadual Encontro das Águas, área que é refúgio para onças-pintadas no país entre Poconé e Barão de Melgaço, começou em uma fazenda vizinha a unidade de conservação, segundo o Instituto Centro de Vida (ICV).
De acordo com uma análise realizada pelo ICV, que combina dados de focos de calor e área queimada produzidas pela NASA com imagens de satélite diárias providas pela Planet, cerca de 15 mil hectares já foram atingidos pelo fogo na região.
O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso acredita, segundo o coronel Alessandro Borges afirmou em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (19), que o incêndio começou depois da queda de um raio na vegetação.
Leia mais:
Fogo volta ao Pantanal e destrói 10 mil hectares do bioma
Sob o efeito do El Niño e das mudanças climáticas, o clima seco da região favorece as queimadas por conta das altas temperaturas, baixa umidade, possibilidade de chuvas escassas e vento constante.
Como o fogo começou em uma propriedade particular, aumenta-se as suspeitas para a ação humana. O local do incêndio é uma área de difícil acesso. As causas devem ser investigadas após as informações levantadas pelo ICV.
Segundo o coordenador de inteligência territorial do ICV, Vinícius Silgueiro, o fogo começou na fazenda no dia 1º de outubro, avançou sobre o parque e alcançou grandes proporções depois de tomar conta da vegetação seca.
"Dentro do parque, o incêndio já afetou aproximadamente 8 mil hectares e segue queimando tudo que encontra pela frente nessa unidade de conservação", explica.
De acordo com o comandante-geral dos Bombeiros, coronel Alessandro Borges, o incêndio no parque está confinado em uma área alagada e os combates seguem por terra, água e uso de aeronaves, além do monitoramento por satélite.
Vinícius aponta que o incêndio no Parque Estadual Encontro das Águas é preocupante, já que a unidade teve 90% da área destruída durante os incêndios que atingiram o Pantanal em 2020.
"Essa unidade de conversação é fundamental para a conservação da biodiversidade na região pantaneira, especialmente por ser um dos principais refúgios da onça-pintada no Brasil. Também é uma situação preocupante por que o parque teve mais de 90% de sua área atingida pelo fogo. Três anos depois dessa tragédia, o fogo compromete a regeneração natural que estavam ocorrendo nessas áreas", pontua.
Vinícius cita que é fundamental o Corpo de Bombeiros adotar medidas de combate, e o Governo de fiscalizar e apurar as causas do fogo.
O comandante do CBM também está preocupado com a formação do chamado "fogo subterrâneo", nas turfas que durante as secas não estão cobertas de água e formam material combustível ideal para a formação das chamas, como ocorreu nos incêndios de 2020.
O uso do fogo em vegetação está proibido, em Mato Grosso, desde 01 de julho e que se estende até o final desse mês de outubro.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.