LÁZARO THOR E ALLAN PEREIRA
Da Redação
Golpistas de Mato Grosso se infiltravam em grupos de WhatsApp para negociar a compra e venda de gados e, ao enganar compradores e vendedores, conseguiam receber o dinheiro do comprador em uma conta corrente que não é do vendedor.
O funcionamento do esquema descoberto pela polícia na Operação Fake Farmer foi revelado em coletiva de imprensa nesta terça-feira (24) pela Polícia Civil de Goiás e pela Polícia Civil de Mato Grosso.
O crime investigado pela operação ocorreu em 2021. O golpe provocou um prejuízo de R$ 1,5 milhão para o comprador, natural do estado de Goiás. De acordo com a polícia, cerca de 61 suspeitos estão envolvidos no esquema. As ações da polícia ocorrem em Cuiabá, Várzea Grande, Paranaíta e Diamantino.
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"O criminosos se infiltrava em grupos de wpp, onde o gado é negociado, geralmente este tipo de negociação é feita por intermediadores, eles conseguiram entrar nessa cadeia negocial, conseguiram encontrar um comprador e um vendedor e bolaram uma história cobertura", afirmou o delegado Leonardo Pires de Goiás.
O delegado explicou a razão da mobilização de mais de 200 policiais em um único crime descoberto até o momento:
"Foi um crime em desfavor de um dos setores mais importantes da economia do centro-oeste, que é o agronegócio, o criminoso se vale da primeira informalidade da negociação de gado, até da dificuldade de internet no meio rural, acaba sendo um golpe mais grave do que habitual por conta da cadeia produtiva", afirmou.
Investigações
As investigações conduzidas pelo Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes, da Delegacia Estadual de Investigação Criminal da Polícia Civil de Goiás iniciaram após a comunicação de um golpe na modalidade falso intermediador de vendas, ligado à compra e venda de grande quantidade de gado.
Após manter contato com vasta lista de corretores de gado, o golpista intermediou a venda, se apresentando ao real proprietário dos animais como devedor do comprador. Ao comprador, o mesmo suspeito disse que havia adquirido o rebanho por meio de uma negociação imobiliária, enganando assim as duas vítimas.
Na negociação, o comprador foi induzido pelo estelionatário a efetuar seis transferências PIX que totalizaram um milhão e meio de reais para criminosos domiciliados em Mato Grosso que, por sua vez, pulverizaram o valor entre outras 52 pessoas envolvendo várias instituições bancárias.
O decorrer da investigação contou com a cooperação da Delegacia Especializada de Estelionatos de Cuiabá (DEEF) e de outras unidades da Polícia Civil de Mato Grosso ligadas às Diretorias Metropolitana e de Interior, responsáveis pelos trabalhos de levantamentos dos alvos na Capital e região metropolitana, bem como no interior do estado. Os levantamentos subsidiaram os pedidos de busca e apreensão e prisões cautelares.
Efetivo
A operação conta com a participação de policiais do GREF e DEIC da Polícia Civil de Goiás e de aproximadamente 200 policiais civis de Mato Grosso, da Diretoria Metropolitana, da Diretoria de Atividades Especiais e da Diretoria do Interior, equipe do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) e, ainda, com o apoio logístico e de planejamento da Senasp, demonstrando a parceria e integração entre as Polícias Civis, fomentada através do Projeto Mosaico, no combate aos mais diversos crimes, entre eles as fraudes eletrônicas e lavagem de capitais.
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