ALLAN PEREIRA
Da Redação
A fome de uma família que veio do Maranhão para trabalhar e viver em Mato Grosso levou dois homens a caçarem pássaros de pequeno porte para alimentar as crianças e as mulheres, nesta segunda-feira (02), na zona rural de Rondonópolis (a 220 km de Cuiabá). Um deles foi preso por posse ilegal de arma de fogo.
Segundo informações apuradas pelo MidiaJur, moradores de fazendas na zona rural de Rondonópolis viram dois indivíduos armados circulando pelo local e chamaram a Polícia Militar, que mobilizou quatro equipes de viaturas para abordá-los.
Uma das equipes se deparou com um dos indivíduos. Ele confirmou que estava circulando pelas imediações da fazenda na companhia de um primo. Os dois alegaram que estavam caçando passarinhos para alimentar a família, incluindo crianças e mulheres.
O homem contou que vieram do Maranhão e estão passando por dificuldades em se alimentar. Eles contaram que estão empregados, mas são muito mal remunerados.
Os dois foram encaminhados para a 1º Delegacia da Polícia Civil de Rondonópolis. Após serem ouvidos pelo delegado, um deles foi liberado, e outro recebeu voz de prisão por posse ilegal de arma e foi solto depois de pagar R$ 660.
A reportagem tentou entrar em contato com a Polícia Militar de Rondonópolis para esclarecer como a fiança foi paga e se houve algum tipo de acompanhamento psicossocial após a prisão, mas até o o momento não fomos respondidos.
Fome em Mato Grosso
Em Mato Grosso, 63,2% da população vive com algum grau de insegurança alimentar, que ocorre quando uma pessoa não tem acesso regular e permanente a alimentos, segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan).
A reportagem do MidiaJur contou, em novembro do ano passado, a história do jovem Laurindo Camargo, de 20 anos. Ele vive em situação de rua na Capital. Ele revelou que algumas pessoas preferem jogar comida fora do que oferecer a quem vive nas ruas.
"Eu vou pedindo, eu falo: não joga fora, dá para mim. E ele "não", joga no chão, infeliz. Joga fora. Não querem dar", continuou.
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