ALLAN PEREIRA
Da Redação
Após o ataque ao posto de saúde que tirou a vida da agente de saúde Regy Rouse Lopes e a tentativa de assassinato contra a médica Jaqueline Matos da Croce, a Secretaria Municipal de Saúde de Primavera do Leste vai adquirir câmeras, contratar seguranças e contar com o reforço das rondas de policiais militares na unidade.
A secretária Laura Alberto Basílio gravou um vídeo para as redes sociais e negou que o pedreiro tenha atacado a médica Jaqueline e matado a agente de saúde por conta de um atendimento ruim, conforme havia sido narrado em boletim de ocorrência.
"O fato ocorreu não pela situação do atendimento; se trata de um problema de saúde pública. O paciente tinha o diagnóstico de transtorno mental, realizava acompanhamento no CAPS, porém, com baixa adesão e não utilizava medicação.Esse fato poderia ter ocorrido não só no posto de saúde, mas em qualquer outro lugar", diz.
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De acordo com a secretaria, Antônio era um paciente com diagnóstico de transtorno mental e era acompanhado pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) desde 2020, mas chegou a ficar mais de um ano sem aparecer na unidade.
A secretária relata que, em maio deste ano, a mãe do pedreiro procurou o CAPs e pediu a internação do filho. O médico a orientou à família de que chamasse o Samu quando Antônio tivesse um surto. Também foi trocado a medicação e recomendado a senhora e a família que vigiasse o pedreiro.
Em julho, a mãe retornou e contou que o filho não teve melhoras. Foi também nessa mesma época que Antônio teve a primeira consulta com Jaqueline. Na ocasião, "não houve nenhuma interocorrência naquele atendimento e foi fornecido uma receita para aquele paciente para 60 dias", conta Laura.
A mãe procurou o CAPs novamente e disse que uma vaga em uma unidade de internação junto a Central de Regulação do Município. Ela procurou uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) para providenciar o transporte e também recebeu a orientação de acionar o Samu, que tinha uma equipe especializada para conter pacientes em surtos.
De acordo com a secretária, o Samu não foi acionado para atender a Antônio. "A Secretaria Municipal de Saúde, através do Samu, atendeu mais de 50 pacientes em surtos psicóticos este ano. Não houve esse chamamento", diz.
Completa que o município e o Estado tem o dever de oferecer o atendimento psiquiátrico, mas que a família também tem sua responsabilidade de acompanhar o paciente e acionar o Samu ou polícia quando oferece risco.
O crime - De acordo com o boletim de ocorrência, na última quinta-feira (25), Antônio Anderson Ferreira Lima chegou com uma faca escondida na região da cintura ao posto de saúde, esperou a consulta de outra paciente para entrar no consultório e desferiu vários golpes na médica Jaqueline, que está grávida de quatro meses.
A agente de saúde Regy Rouse Lopes, de 50 anos, pegou uma cadeira e desferiu um golpe em Antônio, que se virou para ela e desferiu uma facada no tórax. A profissional morreu enquanto recebia atendimento médico.
Antônio alegou que teve um atendimento ruim e por conta disso teria voltado e dado os golpes nas vítimas. Ele foi preso pela Polícia Militar próximo ao posto de saúde.
Em audiência de custódia, o juiz Alexandre Delicato Pampado, da 1ª Vara Criminal de Primavera do Leste, converteu a prisão em flagrante para preventiva.
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