Leticia Pereira
DA REDAÇÃO
O Aeroporto Internacional de Cuiabá - Marechal Rondon fechou 2023 com uma movimentação 3,5% menor do que no ano anterior. Segundo o estudioso de economia em transportes Rodolfo Zattar, a diminuição não é preocupante e pode ser explicada por diversos fatores.
O professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) esclareceu que o setor aéreo brasileiro ainda não se recuperou dos impactos da pandemia de Covid-19.
“No contexto nacional, 2023 teve um aumento de 15,3% [na movimentação] quando comparado com 2022, apesar disso ficou 5% abaixo do registrado em 2019. Então, ainda estamos com um volume de movimentação menor do que antes da pandemia”, explicou.
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De acordo com dados da Centro-Oeste Airports, empresa que administra o Aeroporto Internacional de Cuiabá desde 2019, a movimentação do terminal caiu 51% em 2020, ano da pandemia. A queda foi seguida por aumentos de 46,4%, em 2021, e 38,4%, em 2022.
Outro aspecto que, segundo o professor, pode ter impactado a movimentação foi o aumento nos preços das passagens aéreas em todo o Brasil durante o segundo semestre do ano passado. A tarifa real média para voos domésticos chegou a R$ 751,56 reais em setembro e foi a maior alta desde março de 2009, segundo dados da Agência Nacional de Aviação (Anac).
A alta nos preços das passagens foi resultado do aumento no preço de combustíveis e outros insumos do setor de aviação. Conforme Rodolfo, esses recursos são comercializados em dólar e estão sujeitos à dinâmica econômica internacional.
O terceiro aspecto que o especialista citou para explicar a redução da movimentação do aeródromo cuiabano, foi a migração de passageiros para os aeroportos regionais do Estado. Em comparação com 2022, os aeroportos de Rondonópolis e Sinop tiveram um aumento de 21,94% e 12,27% na sua movimentação, respectivamente, durante o ano passado. Os números são do sistema Hórus, da Secretaria Nacional de Aviação Civil.
“Muitos passageiros que antes se deslocavam do interior para embarque ou desembarque no Aeroporto de Cuiabá, agora estão utilizando os aeroportos mais próximos das suas cidades de origem”, disse.
Rodolfo concluiu afirmando que a expectativa do setor aéreo nacional é de retomada nos próximos três anos, com um aumento significativo no número de passageiros no Brasil.
A reportagem do Midia Jur entrou em contato com a Centro-Oeste Airports, que também é responsável pelos aeródromos de Rondonópolis e Sinop, para dialogar sobre os números de movimentação, mas não obteve retorno.
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Jackson chessman santos 25/02/2024
I quem foi que disse que Cuiabá tem aeroporto
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