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ESPECIAL Domingo, 25 de Julho de 2021, 09:12 - A | A

25 de Julho de 2021, 09h:12 - A | A

ESPECIAL / BOLSONARISMO EM MT

Nunca fui brigado com Mauro Mendes, afirma Barbudo

Deputado do PSL avaliou ainda que aproximação de Bolsonaro com o Centrão é normal

MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação



"Nunca fui brigado com Mauro Mendes".

A declaração é do deputado federal Nelson Barbudo (PSL), que tem reaparecido em pautas ao lado do governador, como no lançamento da ferrovia estadual que ligará Rondonópolis a Cuiabá e Lucas do Rio Verde, na semana passada.

Segundo Barbudo, a presença nos eventos de Mauro não se trata tampouco de uma reaproximação.

Para ele, a não ser que se tratasse de um governador filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), com todos os demais, ele apoiaria ações eventuais.

Sobre política nacional, o parlamentar avalia que a acomodação de partidos do chamado “Centrão” no Governo Bolsonaro é algo normal.

Barbudo, que tem votado 100% com as pautas governistas, afirmou que, diferentemente do que ocorria em governos anteriores, Bolsonaro não estaria “vendendo” os ministérios, mas apenas atendendo indicações para o cargo de ministro.

Os partidos, que incluem siglas como PP, DEM, PL e outros, são tidos como “fisiológicos”, se alojando no Governo da vez em busca de cargos.

Em entrevista ao MidiaJur, Barbudo contemporizou declarações feitas por Bolsonaro e aliados anteriormente, acusando integrantes do Centrão por corrupção. “Ninguém governa quatro ou oito anos sem acomodação dos partidos que integram as lideranças partidárias”, avaliou o deputado.

O deputado bolsonarista também falou sobre a necessidade de implementação do voto impresso nas eleições de 2022.

Um projeto que tramita no Congresso Nacional tem apoio do presidente, mas tem recebido críticas, em especial do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luis Roberto Barroso.

O deputado classificou como “porcaria” as urnas eletrônicas atuais e questionou o porquê de outros países não adotarem o mesmo sistema.

Sobre sua própria reeleição, Barbudo afirmou que busca manter a base que lhe deu 126 mil votos, mas também mostrar o trabalho feito desde 2018 e procura um partido para estar alinhado com Bolsonaro no próximo pleito.

Veja os principais trechos da entrevista:

MidiaJur - O presidente Jair Bolsonaro deve ter palanque em Mato Grosso em 2022, ainda mais considerando que é um Estado que vota nele em peso. Qual partido o senhor acredita que seria o ideal para isso, considerando o alinhamento também aqui no Estado?

Nelson Barbudo - O Bolsonaro está sem partido e tinha uma viabilidade muito grande de ir para o Patriota, mas parece-me que houve uma mudança na presidência nacional, o Adilson Barroso não é mais presidente e o sucessor não aceita o Bolsonaro. Até onde eu sei, o Patriota que estava muito bem cotado, o Flávio Bolsonaro tinha ido, parece que deu meio errado.

Eu tenho visto conversar com o PRTB do finado Levy Fidelix, partido do general Mourão, o PTB do Roberto Jeferson, e também o PP. Evidentemente, vai ter que ter um partido. Tem a janela no ano que vem, as pessoas poderão migrar, os que têm mandato. Fazendo uma análise do passado, os bolsonaristas acompanham o presidente, não acompanham o partido. Eu acho que esse problema de o Bolsonaro não ter definido partido prejudica um pouco as pessoas que têm mandato, porque a base não se consolidou. Mas eu acredito que o nome Bolsonaro é um partido, então seja PTB, PRTB, ou outro que se encaixe, as pessoas vão migrar e querer se candidatar com chapa forte para disputar eleições. Eu não tenho certeza para qual partido vou, e ele também não.

MidiaJur - Também tem a conversa de se criar um “Partidão”, com PP, DEM e PSL. O senhor vê alguma chance de isso acontecer?

Nelson Barbudo - É especulação, eu particularmente não acredito. O PP, o DEM, são partidos que têm toda uma estrutura. Vão se juntar em um “Partidão” e entregar tudo para o Bolsonaro? Os caciques não aceitar isso. Eu não acredito que isso vá acontecer.

MidiaJur - No caso da sua ida à reeleição, o senhor acredita que somente o apoio do presidente é suficiente para continuar como deputado? Ou tem buscado também um arco de alianças?

Nelson Barbudo - Todo político precisa de grupo, e eu tenho meu grupo que tenho trabalhado, tenho uma agenda de vereadores que a gente trabalha nos municípios, prefeitos “bolsonarianos” que querem me ver reeleito, e tenho uma base de seguidores nas redes sociais que nunca me abandonou. Eu gostaria de concorrer no partido que o presidente se filiar, se for pelo PTB, ou outros, eu iria, para concorrer com o número do presidente.

Eu nunca abandonei a minha base. Mesmo o PSL tendo trocado de mãos, foi para a ala “Bivarista” (de Luciano Bivar), eu mantive minha base de apoio, tenho muitos apoiadores, tenho distribuído emendas para os 141 municípios, esse mês devo completar os 141... Então eu tenho um grupo de apoio, mas tenho também que buscar uma composição.

E vai depender da reforma eleitoral. Até agora não está permitindo a coligação, é a chapa no partido. Tem para ser votado o “Distritão”, que aí muda a maneira de escolher, vai para os mais votados, sem a legenda, então a gente está trabalhando as possibilidades. Tenho minha base de apoio e, se precisar, podemos buscar agregar para buscar fazer o número de votos necessários.

MidiaJur - O fato de ter participado de eventos com o governador Mauro Mendes (DEM), a exemplo da chamada pública para a ferrovia estadual, é uma possível reaproximação com o governo, ou senhor somente vê a necessidade de apoios pontuais?

Nelson Barbudo - São ações normais, pontuais, nas quais eu recebo um convite e, como a demanda atinge todos os mato-grossenses, eu participo.

E assim: Eu nunca fui brigado com o Mauro Mendes, sempre tive uma relação institucional, nunca ninguém me viu fazer vídeo batendo, criticando. Eu acho que a gente tem que ter uma boa relação, até porque eu preciso do Governo para atender as demandas do meu povo, seja qual for o governador, a não ser que seja um petista. Tirando o PT, qualquer sigla que seja o governador eleito eu tenho que ter um bom relacionamento institucional e também por educação, para desenvolver o nosso plano de trabalho.

Essa última, é uma ferrovia que vai passar por Cuiabá, é um sonho de décadas do povo de Cuiabá e de Várzea Grande, eu não poderia deixar de assinar, de apoiar. Assinamos o manifesto de aval, de apoio, para que se torne uma realidade. Outras pessoas criticam por causa da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO) e da Ferrogrão, mas na minha cabeça, quanto mais ferrovia, melhor.

Querem pregar na imprensa que estou me aproximando do Governo Mauro Mendes... eu estou me mantendo como sempre, aprovando as ações que são importantes para o povo, e renegando as que não gosto. Não estou “beirando” Mauro Mendes por causa de eleição, nunca fui disso. Eu vou esperar o ano que vem para decidir e definir, simples assim.

MidiaJur – Muito dessa discussão sobre atritos com o Mauro vem da pandemia. O presidente falou em R$ 15 bilhões repassados ao Estado, e o senhor repercutiu isso também. O Estado fala em cerca de R$ 200 milhões, valor bem mais baixo. O senhor acredita que houve má utilização dos recursos emergenciais em Mato Grosso?

Nelson Barbudo - Na verdade, se a gente for analisar friamente, essa pandemia era novidade para todo mundo. Houve Estados que desviaram o dinheiro descaradamente, Estados em que a Polícia Federal está investigando, teve primeira-dama presa, empresários foram presos. O que eu acho é que todo mundo estava em um beco sem saída, sem saber o que fazer com o dinheiro da União. Na ânsia de comprar respiradores para a população que estava morrendo, teve gente de má-fé e boa-fé que fez negócio com malandro.

A crítica naquela época era para defender o meu povo, para observar e ver o que estava acontecendo. Não vi Polícia Federal, Ministério Público, fazendo denúncia de desvio de dinheiro aqui, aguardei também o Tribunal de Contas da União... A crítica simplesmente para dar visibilidade na mídia não é a minha praia. Para falar que é vagabundo tem que saber que desviou, e não vi isso até agora. A partir do momento que a PF e MP fizerem inquérito robusto, denunciar, aí sim.

Aquela crítica minha é natural, em defesa da boa utilização do dinheiro público, mas nunca houve um atrito verbal, formal, ou ameaça velada. Me mantive como sempre fui, aquilo que é correto eu elogio, e o que for errado se puder, inclusive, denuncio. Mas essa história de aproximação não procede. São fatos normais e as pessoas colocam isso de aproximar...

Eu não sei se vou apoiar o Mauro no ano que vem, não sei se o Bolsonaro vai ter outro para apoiar ao Governo. Ainda está longe, estão adiantando. Tem muita água para rolar debaixo da ponte, ainda é muito cedo. Mauro foi prefeito e não foi para reeleição, fica essa gritaria toda e de repente o cara nem vai ser candidato, é muito cedo. Não estou chegando em reunião para isso, até porque ele não me falou que é candidato ainda.

MidiaJur - O senhor foi eleito o deputado federal mais votado em 2018 em Mato Grosso com poucos recursos financeiros e uso intenso das redes sociais. Acredita que em 2022 esse uso da internet vai ser fundamental de novo?

Nelson Barbudo - Eu acho que vai ter muita influência, porque a internet domina tudo, as redes dominam tudo. Cada voto que o cidadão dá (no Congresso) a população bem informada fica sabendo. E tem muita coisa, tem muito trabalho feito nesse período. Trabalhei intensamente pela regularização fundiária, fiz emendas para os municípios, e também o trabalho nas redes sociais.

E diga-se de passagem, teve duas pesquisas, e isso a imprensa não divulga, mas que dizem que se as eleições fossem amanhã eu seria reeleito o mais votado. Mas isso ninguém fala. A pesquisa que mostrou e não fui eu que mandei fazer. Mas assim, eleição é só quando abre a urna, só que essas pesquisas demonstraram isso.

MidiaJur - O Governo Federal vem fazendo mudanças nos mistérios, e incluindo indicações do chamado “Centrão”, já criticado anteriormente pelo presidente. Há de fato uma busca para blindar o governo, tendo em vista a CPI da Pandemia e os pedidos de impeachment?

Nelson Barbudo - Eu acho que isso é acomodação normal de Governo. Ninguém governa quatro ou oito anos sem acomodação com partidos que compõem o colégio de líderes do Congresso. O Bolsonaro tem administrado muito bem, ele faz a composição, mas não entrega o ministério, nomeia o ministro, mas não vende o ministério. O que nós víamos nos governos anteriores, é que eles vendiam o Banco do Brasil, a Eletrobrás, os Correios, os portos, e isso a gente nunca vai ver do Bolsonaro. Agora, acomodação para que os partidos caminhem juntos com o projeto do governo, isso sim.

Quando Bolsonaro foi eleito contra tudo e contra todos em 2018, contra a mídia inclusive, ele teve que fazer certas declarações, e a gente vai vendo com o passar do tempo que não é bem assim. Agora, o que me anima é que ele não vende o ministério, isso me conforta. E quando o ministro faz ou dá o primeiro sinal de corrupção, o facão come. Ele não aceita negociações espúrias, corrupção não se cria, não tem vida longa do Governo.

Mas sobre o conteúdo da sua pergunta... Isso, de acomodar os partidos, isso tem que ser feito, porque se não... nós conhecemos o sistema político do Brasil e ele é implacável. A sede de poder dos líderes dos partidos sempre vai existir, e se o Bolsonaro não lidar com isso, e ele está indo bem, ele seria engolido.

MidiaJur - Existe também um projeto de voto impresso para o ano que vem, com apoio do presidente. O senhor acredita que seja possível implementar isso já para 2022?

Nelson Barbudo - Sobre isso aí, a questão é a seguinte: quem tem medo da verdade? O voto impresso nada mais é do que a conferência da verdade. Eu não consigo entender porque as pessoas não querem o voto auditável. A pessoa não vai levar a impressão, não pode tirar foto, não toca nele, só vai para uma urna fechada, só confere se o computador não te enganou. Qual é o problema? Não tem problema, vai criar solução, para dar credibilidade. Se você olhar o voto, você votou, vai questionar o quê, meu irmão?

E nós já vimos vídeos que você teclava Bolsonaro, aparecia Haddad, teclava 17, aparecia 13... nada foi conferido, ficou elas por elas.

O escrutínio do voto é direito do eleitor, é constitucional. Muito me admira os guardiões da Constituição Federal serem contra isso. Porque esses ministros da Justiça são contra? Isso dá margem para desconfiança. Eu sou a favor.

A Constituição Federal diz que o povo é soberano, ninguém pode ir contra, e aí você faz uma enquete e 90% é a favor. Agora, os guardiões vão contra o povo... isso dá motivo para desconfiança. O Bolsonaro está certo, se não tiver voto impresso não tem que ter eleições. O dinheiro existe, para comprar as urnas.

Outra coisa, que país do mundo utiliza essa porcaria? São três países só. Porque Alemanha, Espanha, Portugal, Inglaterra, e outros não utilizam? Só o Brasil que é sabido? Tem que ser, no mínimo, auditável. Não quer fazer? Então não vai ter eleição. Se o povo quer, tem que ter, o povo é soberano.

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