LAURA NABUCO
DA REDAÇÃO
Em reunião na última sexta-feira (26), a defesa do empresário Filadelfo dos Reis Dias, formada pelos advogados Ulisses Rabaneda, Murilo Silva Freire, Huendel Rolim e Antônio Malheiros Filho, decidiu não se pronunciar mais sobre o caso perante a imprensa.
A decisão foi tomada no dia anterior à libertação do empresário, que estava detido na Polinter, em Cuiabá, desde a última terça-feira (23), quando se apresentou na Delegacia de Capturas voluntariamente.
Acusado de ser o mandante de uma suposta tentativa de assassinato contra outros dois empresários, entre eles seu ex-sócio Valdinei Mauro de Sousa, Filadelfo dividiu cela com outros detentos que têm direito à prisão especial por possuir curso superior (veja AQUI).
A prisão dele foi decretada em 17 de abril pelo desembargador Rondon Bassil Dower Filho. O magistrado proferiu a decisão quando analisava um pedido elaborado pela defesa para a substituição da medida cautelar que impedia Filadelfo de sair do Estado.
Na última sexta-feira, no entanto, o próprio desembargador acatou outro recurso – um pedido de reconsideração de mandado de prisão –, possibilitando, desta forma, a libertação de Filadelfo. Ele deixou a Polinter no sábado (27) pela manhã.
O habeas corpus concedido por Rondon Bassil, no entanto, tem caráter liminar. O mérito dele será julgado pela Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A próxima sessão está agendada para ocorrer no dia 8 de maio, mas a pauta de julgamentos ainda não foi definida.
A reportagem do MídiaJur entrou em contado com os advogados Murilo Silva Freire, que disse que não se pronunciaria sobre o caso, Hendel Rolim, que afirmou que apenas Ulisses Rabenada falaria sobre o assunto, e com o próprio Rabaneda, que não atendeu nem retornou as ligações até a publicação desta matéria.
Entenda o caso
Filadelfo é acusado de ter arquitetado, com o auxílio de seu funcionário Marcelo Takahashi, um atentado contra os empresários Valdinei Mauro de Sousa e Wanderlei Torres, da construtora Trimec.
O motivo, conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), seria seu interesse na fazenda Ajuricaba, uma propriedade rural com alto potencial aurífero, localizada em Várzea Grande, e que acabou sendo adquirida pelos dois últimos.
Filadelfo e Takahashi teriam contratado cinco homens para executar o crime. Valdinei e Wanderlei foram atacados por eles dentro do imóvel alvo da suposta disputa em abril de 2012.
Conforme a denúncia, o grupo efetuou ao menos 30 disparos e ainda roubou cerca de 100 quilos de ouro bruto, aparelhos celulares, um detector de metal e outros pertences das vítimas.
Os empresários só saíram ilesos porque estavam dentro de um veículo blindado. Ainda segundo o MPE, o carro foi adquirido por Valdinei após ele ter recebido uma ameaça de morte feita por Filadelfo meses antes, em janeiro de 2012.
As prisões
Em 24 de março, Filadelfo e Takahashi foram detidos por agentes do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) durante a operação Tentáculos. No dia, seguinte, contudo, a desembargadora Maria Helena Póvoas concedeu um habeas corpus em que considerava a prisão desnecessária e pontuava a falta de fundamentação do mandado de prisão (veja AQUI).
A decisão foi cassada por Rondon Bassil em 17 de abril. Na ocasião, o magistrado justificou a necessidade da prisão preventiva do empresário com base em depoimentos das vítimas. Disse entender que as circunstâncias evidenciavam a periculosidade da conduta de Filadelfo e que, em liberdade, o empresário poderia coagir e atemorizar testemunhas (veja AQUI).
Já no despacho mais recente, em que concedeu o habeas corpus, o desembargador argumentou não haver comprovação de que Filadelfo represente risco às vítimas ou testemunhas e que acreditar que ele poderia tentar uma segunda vez cumprir a suposta ameaça de morte não passava de presunção (veja AQUI).
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