DA REDAÇÃO
Das 10 maiores recuperações judiciais relacionadas ao agronegócio em andamento no país, três são de empresas situadas em Cuiabá. Juntas, as dívidas dessas empresas R$ 1,510 milhões.
Os números são da Diamantino Advogados Associados, divulgados nesta segunda-feira (14) pelo portal Metrópoles.
Das três recuperações judiciais no Estado, apenas uma não está registrada em pessoa jurídica. É a do grupo Cella, que além de Cuiabá, possui negócios em Nova Maringá e Sorriso. A empresa tem a 10ª maior recuperação do agronegócio no Brasil com dívida acumulada de R$ 327,6 milhões.
O Grupo AFG possui um passivo de R$ 648 milhões e tem a 7ª maior recuperação das empresas do agronegócio no país e a maior de Mato Grosso. Na Justiça, a empresa justificou a crise devido à pandemia de covid-19 e à desvalorização do real.
Atuante no comércio de grãos, notadamente milho e soja, desde 2002, a AFG tem sede em Cuiabá e está presente com estrutura de logística, escritórios e armazéns nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
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Por fim, o Grupo Libra Bioenergia possui dívidas de R$ 534,7 milhões. O grupo é formado pelas empresas Destilaria de Álcool Libra Ltda (Matriz), Destilaria de Álcool Libra Ltda (Filial), Libra Etanol Participações Societárias Ltda, Agro Industrial Rio Portela Ltda, Tellus Mater Biocombustíveis Ltda e Solos Agro Florestal Ltda.
O grupo justificou que entre 1990 e 2012, realizou investimentos significativos com a construção de duas usinas, uma de etanol a partir da cana-de-açúcar e a outra derivada de milho, ambas em São José do Rio Claro, e que as atividades foram impactadas pelo congelamento de preços de gasolina e a perda de paridade com as cotações internacionais pela Petrobrás. Ainda citou que a pandemia da Covid-19 afetou de forma substancial a comunidade agropecuária internacional.
AUMENTO DE RJS
O estudo divulgado pelo Metrópoles apontou que não são apenas as grandes empresas do setor que estão em crise. Pequenos e médios produtores também têm ingressado com pedidos de recuperação judicial para superar as dificuldades enfrentadas ao longo do últimos anos.
Entre as principais apontadas, estão os efeitos da pandemia da Covid-19, alta dos insumos com a guerra entre Rússia e Ucrânia, quebra da safra em razão das alterações no clima e ainda juros cobrados por instituições bancárias.
Um levantamento da Serasa Experian mostra que o número de RJs solicitadas por proprietários rurais (no caso, pessoas físicas) chegou a 106 no primeiro trimestre de 2024. Em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registrados 17 pedidos, houve um crescimento de 523%. Sobre 2022, que teve cinco requerimentos, o salto foi de 2.000%.
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