DA REDAÇÃO
O Ministério Público do Estado (MPE) requereu à Justiça que as testemunhas da chacina de Colniza (1.065 km a Noroeste de Cuiabá) sejam ouvidas em Cuiabá, por conta das ameaças que estariam sofrendo na cidade.
O pedido foi feito durante audiência de instrução e julgamento, nesta semana, na cidade.
A chacina ocorreu em abril de 2017. Na ocasião, dez pessoas foram executadas.
Conforme o MPE, uma das testemunhas contou que, da última vez que esteve em Colniza, após a chacina, levou nove tiros e teve que passar cinco dias escondida.
A testemunha alegou que não registrou boletim de ocorrência porque, quando prestou depoimento sobre o caso, recebeu garantia de que teria proteção.
A mesma testemunha informou, ainda, que seis pessoas foram atrás dela e que “quase a mataram”.
“Desse modo, o Ministério Público requer que seja designada a oitiva das testemunhas para a Comarca de Cuiabá em tempo hábil, para que a acusação possa avisá-los, uma vez que se encontram escondidas, mencionando apenas que entrarão em contato em breve, se comprometendo, a acusação, desde já, em cientificá-las da data a ser designada para intimar a defesa para o ato”, diz trecho de documento do MPE.
Durante a audiência, o MPE reiterou o parecer no sentido da manutenção da prisão preventiva dos acusados – Moisés Ferreira, Paulo Neves Nogueira, Pedro Ramos Nogueira e Valdelir João de Souza (acusado de ser o mandante do crime) -, por entender que ainda valem os fundamentos que a decretaram.
“A instrução somente vem a reforçar o fumus comissi delicti, de modo que o envolvimento dos acusados não podem ser excluídos pelo fato de haver investigação em curso que buscam a apurar a existência de outros integrantes do grupo os encapuzados”, diz o MPE.
O caso
De acordo com o MPE, no dia da chacina, 19 de abril de 2017, Pedro, Paulo, Ronaldo e Moisés, a mando de Valdelir, teriam seguido até a Linha 15 e, com o uso de armas de fogo e arma branca, assassinaram Francisco Chaves da Silva, 56, Edson Alves Antunes, 32, Izaul Brito dos Santos, 50, Aldo Aparecido Carlini, 50, Sebastião Ferreira de Souza, 57, Fábio Rodrigues dos Santos, 37, Samuel Antonio da Cunha, 23, Ezequias Santos de Oliveira, 26, e Valmir Rangel do Nascimento, de 55 anos.
Os autores foram reconhecidos pelas testemunhas.
Segundo o MP, os criminosos percorreram aproximadamente 9 km, ao longo da Linha 15, "assassinando, com requintes de crueldade, aqueles que encontraram pelo caminho, sem dar chance de fuga ou defesa".
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