JOÃO GABRIEL FERREIRA
O filme brasileiro Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, acaba de conquistar uma importante indicação ao Globo de Ouro 2025 na categoria de Melhor Filme em Língua Não Inglesa, reforçando seu posicionamento como um dos principais candidatos da temporada de premiações que leva ao Oscar.
Além disso, a atriz Fernanda Torres recebeu uma indicação de destaque como Melhor Atriz em Drama por sua intensa interpretação como Eunice Paiva, figura central da trama.
O anúncio da indicação fortalece a expectativa em torno do longa, que estreou no Festival de Veneza em setembro com uma recepção calorosa da crítica internacional. A adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva explora a história de uma mulher e de sua família durante o regime militar no Brasil, em meio a processos de sequestro, violência política e busca por justiça. A vitória do filme no Festival de Veneza, onde conquistou o prêmio de Melhor Roteiro, é um indicativo de seu potencial para se firmar em outras premiações importantes.
Com atuações excepcionais e uma fotografia refinada, Ainda Estou Aqui mergulha no cenário de repressão e trauma através da perspectiva de Eunice (Fernanda Torres), que luta para reconstruir sua vida após a perda do marido, Rubens Paiva (Selton Mello), sequestrado pelo regime militar em 1969. A performance de Torres é uma representação da dor contida em uma luta silenciosa: um mosaico de complexidades que explora temas como perda, solidão e esperança. A crítica é unânime ao destacar sua habilidade de carregar o filme em suas sutilezas, equilibrando o drama íntimo e o peso histórico da narrativa com equilíbrio impressionante.
A indicação ao Globo de Ouro é mais um passo significativo no caminho de reconhecimento internacional de uma produção que busca dialogar com a memória histórica do país ao mesmo tempo em que propõe reflexões universais sobre poder, repressão e sobrevivência.
Além da atuação de Fernanda Torres e da direção primorosa de Walter Salles, o filme conta com trilha sonora de Warren Ellis e fotografia sofisticada de Adrian Tejido, que amplificam seu peso narrativo.
A expectativa é de que a visibilidade da indicação ao Globo de Ouro impulsione ainda mais a repercussão do longa, aproximando-o das indicações ao Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional, espaço onde o Brasil tenta retornar após duas décadas de ausência.
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