ALLAN PEREIRA E MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
A reportagem do Midiajur apurou que 13 servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) são alvo da força-tarefa ambiental do Grupo de Atuação Contra o Crime Organizado (Gaeco), na Operação Desbate, deflagrada na manhã desta quinta-feira (21). Os servidores foram afastados de suas funções, nos casos dos que ainda não haviam sido exonerados. Veja os nomes ao final.
Segundo a Polícia Civil, os servidores são investigados por compor uma organização criminosa investigada por delitos na área ambiental em Mato Grosso.
O objetivo da organização seria fraudar licenciamentos ambientais e sistemas de controle ambiental (CC-Sema, Sisflora e Simlam) para alterar a elaboração de pareceres e vistorias emitidos pela Sema, que ocultasse os crimes ambientais.
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Segundo o Gaeco, servidores produziam documentos falsos e inseriam informações falsas nos sistemas informatizados do órgão ambiental para esconder os crimes ambientais dos proprietários rurais, como desmatamento nos três biomas do Estado, em troca de vantagens financeiras.
A investigação identificou também o envolvimento de empresários e responsáveis técnicos na organização criminosa. De acordo com os investigadores, todos atuaram na lavagem de dinheiro e outros ativos obtidos de forma criminosa com desmatamentos, falsificações e corrupção.
A delegada Alessandra Saturnino, designada pela Polícia Civil para atuar nesta Força-Tarefa e responsável pelas investigações, registra que o prejuízo financeiro causado pela organização criminosa com os crimes ambientais ainda não foi estimado. Alessandra destaca que uma das propriedades beneficiadas com o crime ambiental, que já responde por uma ação penal na Justiça, teve o dano ambiental avaliado em cerca de R$ 66,7 milhões.
"Isso quer dizer que, em relação ao conjunto do todo, nós ainda não temos um valor total do dano ambiental causado. Porém, podemos ver uma prospecção e o impacto que será em relação a questão ambiental do dano causado", disse a delegada.
Os investigados podem responder pelos delitos de organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistemas de informação, corrupção e outros crimes contra a administração ambiental, dentre outros, cujas penas máximas somadas podem chegar a mais de 20 anos. O inquérito está sob sigilo judicial.
Veja nomes dos servidores da Sema alvo da Operação Desbate
1. Victor Carneiro Pereira da Fonseca - coordenador de Reflorestamento e Queimada Controlada
2. Eunice Luna Falqueto - analista de meio ambiente da Unidade Regional da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) de Alta Floresta;
3. Flavio Hoescher da Silva - analista de meio ambiente;
4. Floriano da Cunha Pinheiro - assessor especial da Coordenadoria de Recursos Florestais da Sema e exonerado em março deste ano;
5. Huelton Lima da Silva - analista de meio ambiente;
6. Jackson Monteiro de Medeiros - analista de meio ambiente da Unidade Regional da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) de Sinop;
7. Jean Paulo Bahia de Oliveira - analista de meio ambiente da Gerência de Exploração e Manejo Florestal da Sema;
8. Joelson Lucas de Albuquerque - analista de meio ambiente;
9. Ricardo Heinen Borges da Silva - assessor técnico da Coordenadoria de Recursos Florestais da Sema;
10. Bruna Ribeiro de Oliveira - assessor técnico da Coordenadoria de Recursos Florestais da Sema;
11. An Paula Alves Gondim - analista de meio ambiente;
12. Eduardo Silva Penna - assessor técnico da Coordenadoria de Recursos Florestais da Sema;
13. Ronnky Chaell Braga da Silva - analista de meio ambiente da Unidade Regional da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) de Sinop;
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