CECÍLIA NOBRE
Da Redação
A servidora técnica administrativa Isa Mara Castro Rondon, de 34 anos, da Escola Estadual da Polícia Militar Tiradentes, de Cuiabá, registrou um Boletim de Ocorrência por sofrer perseguição e preconceito devido ao seu cabelo no estilo "rastafári". Segundo a vítima, ela tem um contrato temporário até o mês de dezembro deste ano e foi informada pelo diretor coronel da PM e pela coordenadora da escola que seria transferida, caso não “tirasse” seu cabelo.
De acordo com o boletim registrado na terça-feira (12), Isa relatou à Polícia Civil que escolheu trabalhar na escola e que desde então vem sofrendo perseguição por conta do seu cabelo. Ela contou que, por volta das 14 horas daquele dia uma sargento chamou sua atenção a respeito do cabelo. Segundo a policial relatou à técnica, alunos vieram questioná-la porque Isa poderia usar o cabelo daquela forma e eles não.
Isa disse aos policiais que respondeu à sargento que havia consultado o Estatuto do Servidor Público, se havia alguma proibição ou regulamento da escola sobre cabelos e que não há qualquer vedação. No final do expediente, a vítima relatou que foi chamada na diretoria onde estavam o diretor coronel e a coordenadora, e mais dois policiais militares, e o assunto tratado foi, novamente, o cabelo de Isa.
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Na reunião, o diretor teria dito a Isa que a escola tem regras e disciplinas, e a orientação é não usar o cabelo daquela forma. O coronel teria afirmado que não iria forçá-la a tirar o rastafári, porém, caso não o tirasse, a técnica seria retirada da escola.
Em depoimento, Isa disse que nesse momento informou aos presentes que havia consultado o Estatuto do Servidor Público e o Código de Ética e não encontrou nada que a proibisse de utilizar o cabelo daquela forma, mas ela não teria sido ouvida. Isa questionou sobre as tais regras da escola, mas não foram apresentados quaisquer documentos.
Em entrevista ao Midiajur, a técnica administrativa disse que solicitou ao diretor e à coordenadora que aquela reunião fosse registrada em ata, o que eles não fizeram. Depois, ela disse que iria até a delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência e reivindicar seus direitos.
No dia seguinte, quarta-feira, Isa perguntou novamente sobre a ata e foi informada que quando a elaborassem ela seria chamada. Mais tarde eles a chamaram. Quando leu o documento, a servidora constatou que nada do que havia falado constava na ata. Registro tinha apenas o que os militares queriam, negando tudo o que ela havia alegado.
Questionada, Isa disse que continua trabalhando na escola e que eles pararam de chamá-la para reuniões depois que ela disse que só participaria com a presença da assessoria da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e a secretária da escola. “Meu emocional foi abalado, a não ser que tenha outra escola, continuarei trabalhando lá”, declarou Isa.
O outro lado
A reportagem do Midiajur entrou em contato com a escola, mas até o fechamento dessa matéria não tivemos uma resposta. O Midiajur também questionou a Seduc sobre o ocorrido, sem uma resposta até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto.
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alguem 19/09/2023
O que militares entendem sobre educação? deveria ser abolido militarismo autoritário das escolas, este modelo são criadores de pessoas intolerentes
Edson 18/09/2023
Regras foram feitas para serem cumpridas, em uma escola militar, um quartel ou um batalhão existem normas de coturno engraxado,corte de cabelo para homens, cabelo amarrado para mulheres, roupa bem passada etc, não são permitidos uma série de coisas,, brincos, alargadores, seja para alunos e para servidores Acho um mimimi a servidora chegar em um ambiente militar e querer mudar as regras dizendo ser preconceito. Que mude de escola onde regras desse tipo não existe e siga com sua carreira.
Rejija 18/09/2023
A escola militar tem padrões de vestimenta obrigatórios para ALUNOS e servidores MILITARES, uniformes, sapatos, bonés (alunos/as), fardas e coturnos (servidores). No entanto, a servidora em questão, é técnica CIVIL, deve se trajar adequadamente como qualquer profissional em ambiente de trabalho, mas não como uma militar. Se houve reunião para tratar do assunto, a escola tinham a obrigação de ter registrado em Ata, até para se resguardar tbm. Se não o fizeram, fez muito bem a moça em registrar o ocorrido num B.O.
Edson 18/09/2023
Minha opinião é que regras existem no militarismo, seja na escola, um batalhão ou um quartel, são disciplinas a serem cumpridas, seja um coturno engraxado, um cabelo cortado ( no caso de homens) ou amarrado (no caso de mulheres), brincos etc. São regras a serem seguidas no militarismo, faz parte da vida, da disciplina. Se alguém não se adequa tem di ersas outras escolas para seguir sua carreira.
Pedro 15/09/2023
Isso é uma notícia crime...se ela não provar, terá problemas, a própria matéria disse que os militares negaram ,significa que a servidora está inventando. Aiai cada uma viu!!
5 comentários