CECÍLIA NOBRE
Da Redação
Na manhã desta quinta-feira (18) a prefeitura do município de Acorizal foi alvo de uma operação, pelo envolvimento do secretário de finanças, Arcilio Jesus da Cruz, em um crime cibernético que causou o roubo de R$ 21 milhões de uma agência bancária. Os investigados são suspeitos de manipularem guias de pagamentos, onde pagavam valores irrisórios e ficavam com o valor total do dinheiro.
Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão temporária em Acorizal, Morros (MA), Ubaitaba (BA), Serra do Navio (AP) e Jacinto (MG). Ao todo são 115 policias civis participando da operação, tendo as forças de segurança do Distrito Federal a frente do caso.
Durante o cumprimento das buscas na residência do secretário, foi localizado, dentro do guarda-roupas de um dos quartos, um revólver calibre 22, com oito munições intactas, além de seis munições calibre 38 e uma calibre 50 que estavam em uma cômoda em outro quarto.
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O investigado e o filho foram conduzidos à delegacia, onde foram autuados em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e munições, sendo arbitrada fiança no valor de R$ 3 mil para cada um deles.
De acordo com o Delegado-Adjunto da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) do Distrito Federal, Eduardo Dal Fabbro, em fevereiro de 2023 foi detectado uma fraude bancária no valor de 21 milhões, que consistia em pagamentos de boletos fraudulentos. “O grupo criminoso descobriu uma fragilidade da plataforma da instituição financeira onde geravam um QR Code e manipulavam os valores, desse modo as guias de R$ 5 milhões eram pagas com apenas R$ 30 centavos” relatou.
Nas investigações foram descobertas a participação de ao menos cinco prefeituras que se beneficiaram com 50% do valor e o restante foi destinado aos criminosos, que utilizavam empresas “laranjas” para receberem esse dinheiro. “Foi constatado que grande parte do dinheiro foi utilizado em festas, viagens e compra de carros de luxo. Eles têm esse costume de esbanjar e não fazem questão de esconder de ninguém”, disse o delegado.
Os suspeitos serão autuados pelos crimes de invasão de dispositivo eletrônico, furto mediante fraude, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Somadas, as penas podem chegar a até 20 anos.
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