DA FOLHAPRESS - SÃO PAULO
Além do chororô e band-aid de algum personagem de desenho animado, a vacinação para crianças contra a Covid-19 tem diferenças técnicas, se comparada com a imunização que contempla adolescentes e adultos no Brasil.
No último dia 16, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos.
Em outubro, o Ministério da Saúde estimou que 70 milhões de doses sejam necessárias para imunizar crianças no país.
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Por enquanto, apenas o produto da Pfizer tem permissão para ser utilizada em crianças e adolescentes no país.
O Instituto Butantan solicitou, neste mês, aval para aplicar a Coronavac na população de 3 a 17 anos e aguarda resposta da agência.
Apesar de o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticar a decisão da Anvisa em relação ao produto da Pfizer e ameaçar expor o nome dos técnicos da agência que autorizaram seu uso em crianças, estudos apontam que o imunizante é seguro.
A Pfizer apresentou resultados de trabalhos realizados com aproximadamente 4.000 crianças que mostram uma eficácia de 90% do imunizante quando aplicado neste grupo.
As diferenças das vacinas para crianças daquelas que são aplicadas em adultos começa na cor das tampas -a dos pequenos é laranja, já a dos maiores de 12 anos é roxa.
A medida visa facilitar a identificação pelas equipes de vacinação e também pelos responsáveis que acompanharão os pequenos nos postos de saúde.
Outro ponto é a dosagem. Enquanto maiores de 12 anos recebem doses da Pfizer de 0,3 ml, os mais novos serão imunizados com uma dosagem inferior, de 0,2 ml. Nos outros produtos aprovados para adultos, como Coronavac e AstraZeneca, a dose é de 0,5 ml.
O intervalo entre a primeira e a segunda dose do produto da Pfizer para crianças é de 21 dias, o mesmo para adolescentes.
Em adultos, segundo a Anvisa, o prazo é de 2 a 4 semanas com a Coronavac e de 4 a 12 semanas com a AstraZeneca. Em relação à Janssen, a segunda dose deve ser aplicar dois meses após a primeira.
O tempo de armazenamento também muda. Enquanto para os mais velhos o imunizante pode ficar na geladeira entre 2ºC a 8ºC durante apenas um mês, para os pequenos é permitido até dez semanas.
Além disso, o frasco da vacina das crianças comporta dez doses, mais do que para maiores de 12 anos, cujo frasco comporta seis doses.
Há ainda outras recomendações em relação à vacinação para crianças a partir de cinco anos. A sala, por exemplo, deve ser exclusiva para aplicação da vacina contra a Covid, não devendo ser aproveitada para aplicação de outras vacinas, mesmo que pediátricas.
Por precaução, a Anvisa também orientou que a vacina da Pfizer não seja administrada de forma concomitante com outras, mesmo que do calendário infantil.
Outra orientação da agência é para que não seja utilizado o modelo de drive-thru na imunização desse público e que as crianças permaneçam nos locais de vacinação por aproximadamente 20 minutos após serem imunizadas para o acompanhamento de alguma reação adversa.
A vacinação para crianças ainda não tem data para iniciar no Brasil.
De acordo com o ministro da Saúde Marcelo Queiroga, a pasta só decide sobre o tema em 5 de janeiro.
A imunização contra a Covid para crianças já começou em outros países.
No começo de novembro, os Estados Unidos autorizaram o uso da vacina da Pfizer em crianças a partir de 5 anos.
No mesmo mês, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou a aplicação da vacina Pfizer para crianças de 5 a 11 anos, uma faixa etária que registra aumento nas infecções no continente.
No dia 15 de dezembro, diversos países da Europa começaram suas campanhas para essa faixa etária. A
China liberou o imunizante para crianças a partir de 3 anos.
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DIFERENÇAS: CRIANÇAS DE 5 A 11 ANOS - MAIORES DE 12 ANOS
Volume da injeção: 0,2 ml - 0,3 ml
Doses por frasco: 10 - 6
Armazenamento de 2ºC a 8ºC: 10 semanas - 1 mês
Concentração de mRNA: 0,1 mg/ml - 0,5 mg/ml
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