GIOVANNA BAIOCCO
DA REDAÇÃO
Entre janeiro e novembro de 2024, Mato Grosso registrou 42 casos de feminicídio, conforme dados publicados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). O número permanece inalterado em relação ao mesmo período de 2023, quando 46 mulheres foram vítimas de violência que resultou em morte ao longo do ano.
Além do feminicídio, outros indicadores de violência contra a mulher chamam a atenção. As tentativas de feminicídio cresceram 15%, passando de 48 em 2023 para 55 neste ano. Casos de tortura também apresentaram um aumento significativo, com um crescimento de 300% em comparação ao ano anterior. Segundo a Polícia Civil, 80% dos feminicídios ocorreram em ambiente doméstico e 55% das vítimas foram atacadas com arma branca.
A vítima mais jovem em 2024 tinha 18 anos, enquanto a mais velha tinha 84. O estado também registrou um aumento de 10% no número de medidas protetivas, com 8.859 solicitações no primeiro semestre de 2024, contra 8.023 no mesmo período de 2023. Desde 2018, o descumprimento de medidas protetivas passou a ser crime, com pena de seis meses a dois anos de prisão, conforme alteração na Lei Maria da Penha.
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Casos que chocaram o estado
Entre as vítimas está Jhulia Glezia Souza Neres, de 18 anos, assassinada em Guiratinga por seu ex-namorado, de 23 anos. Ele invadiu a casa da jovem e a esfaqueou após enforcá-la, motivado por ciúmes.
Outro crime que repercutiu foi o assassinato de Mayla Rafaela Martins, de 22 anos, morta a facadas pelo empresário Jorlan Cristiano Ferreira, de 44 anos. Os dois mantinham um relacionamento extraconjugal, mas o empresário não aceitou o término e a ameaçou antes de cometer o crime. O corpo de Mayla foi encontrado em uma fazenda no norte do estado.
Em Nova Mutum, a 269 km de Cuiabá, a empreendedora Raquel Cattani, de 26 anos, foi morta com mais de 30 facadas. O crime foi planejado por seu ex-marido, Romero Xavier, que não aceitava o fim do relacionamento. Ele contou com a ajuda de seu irmão para executar o crime. Raquel deixou dois filhos.
A idosa Horaide Bueno Stringuini, de 84 anos, foi encontrada morta em sua casa em Cuiabá. O crime, inicialmente tipificado como feminicídio, foi reclassificado como latrocínio. O suspeito, funcionário de uma distribuidora vizinha, confessou ter invadido a residência para roubar.
Outro caso ocorreu recentemente em Rondonópolis, onde Francisca Pereira da Silva, de 38 anos, foi espancada pelo companheiro, Antonio Sousa de Jesus, com quem vivia há 17 anos. Francisca foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
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