CECÍLIA NOBRE
Da Redação
O município de Sorriso é considerado o mais violento do estado de Mato Grosso, dentre as cidades com mais de 100 mil habitantes e ocupa a sexta posição entre as 50 cidades mais violentas do país. Esses dados foram publicados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, nesta quinta-feira (20).
Esses números são referentes ao ano de 2022 e são baseados na taxa de Mortes Violentas Intencionais (MVI) que correspondem à soma das vítimas de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora. O município de Sorriso teve uma taxa de 70,5 pessoas mortas a cada 100 mil habitantes.
Ainda de acordo com o Anuário, as taxas de Mortes Violentas Intencionais no estado de Mato Grosso tiveram um aumento de 29,3% comparado ao ano de 2021, tendo 1072 casos. Outro aumento significativo no estado é a taxa de homicídio doloso (quando há intenção de matar) que subiu em 21,5% tendo 923 vítimas fatais.
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Outros dois pontos a serem destacados foram os aumentos roubo a transeuntes que teve aumento de 51,6% e estelionato por meio eletrônico com um aumento de 38,7% .
As facções de Sorriso
Conhecida por ser um dos polos produtivos de Mato Grosso, a cidade de Sorriso também esteve nas capas dos jornais do estado por conta da guerra de facções que existe no município.
De um lado, o Comando Vermelho e de outro Tropa do Castelar e Primeiro Comando da Capital, que tentam exclusividade no domínio do território de venda de drogas.
Criada a partir de dissidentes do Comando Vermelho, a Tropa do Castelar se aliou ao PCC provocando aumento nos homicídios no município durante todo ano de 2022.
Em 2023, as mortes continuaram. Estimativas realizadas por jornalistas que cobrem o meio policial no município indicam que pelo menos cerca de 70 pessoas foram vítimas de homicídio no município, na maioria dos casos envolvendo a guerra entre as três facções.
Bullying nas escolas
Outro dado voltado ao estado de Mato Grosso que teve destaque no Anuário foi o aumento no percentual de registros de bullying em escolas, estando acima de 46%, ficando ao lado de outros quatro estados sendo eles: Espirito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.
Na média nacional, 37,6% dos diretores relataram na Prova Brasil a ocorrência de situações que podem ser caracterizadas como bullying.
De acordo com o Anuário, este é um problema muito conectado com a relação no interior da comunidade escolar e que pode produzir problemas de saúde duradouros nos indivíduos envolvidos.
Pesquisas apontam que vítimas de bullying tem uma maior probabilidade de desenvolverem problemas de saúde, como transtornos internalizantes (medo, retraimento, tristeza, queixas somáticas), autoagressão, avaliação negativa da própria saúde e uso de tabaco. Já aqueles que comentem a violência estão mais propensos a desenvolverem alcoolismo.
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