ALLAN PEREIRA
Da Redação
Um jovem de 24 anos, apontado pela Polícia Civil como o autor do latrocínio do aposentado José Benício dos Santos, usou o dinheiro do crime para comprar bebida alcóolica e pagar garotas de programa na região do Zero Km em Várzea Grande.
Segundo a Polícia Civil, José Benício, que tinha 80 anos, foi encontrado por sua filha com um corte profundo no pescoço e dentro de sua casa, no bairro CPA 4, na noite de 6 de setembro.
O jovem suspeito foi preso, na manhã desta quinta-feira (6), por policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá.
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Segundo o trabalho de investigação da DHPP, o jovem foi visto no portão da casa do aposentado por volta das 16h, no dia do crime.
Às 18h, ele foi visto pelos vizinhos do aposentado saindo da casa com uma sacola nas mãos.
Naquele dia, José Benefício tinha recebido o benefício em dinheiro da aposentadoria, que não foi encontrado na casa. Outros pertences da vítima, inclusive um celular, foram levados pelo jovem. Na casa, os policiais da DHPP apreenderam também uma faca e uma tolha com vestígios de sangue humano.
O trabalho de investigação da DHPP levou à equipe para região chamada como Zero Km, área conhecida pela zona de prostituição, em Várzea Grande.
Após cometer o crime em Cuiabá, o jovem pegou um mototaxista, foi a um bar no Zero Km, ingeriu bebida alcóolica e encontrou uma profissional do sexo. Eles acertaram o valor para o programa, e o suspeito a levou até um motel. A equipe de investigação da DHPP apurou ainda que, antes de ir ao estabelecimento, o jovem jogou um sacola com documentos pessoais de José Benício e roupas sujas de sangue em um lixeira.
Após cometer o crime em Cuiabá, o jovem pegou um mototaxista, foi a um bar no Zero Km, ingeriu bebida alcóolica e encontrou uma profissional do sexo. Eles acertaram o valor para o programa, e o suspeito a levou até um motel
No motel, ele também fez uso de drogas. Em seguida, tentou enforcá-la para se livrar do pagamento do programa, que tentava efetivar com um cartão de crédito, possivelmente da vítima. Após a vítima gritar por socorro, o homem saiu do motel.
Foi a partir da apreensão do material que levou a polícia à identificação do suspeito, que também foi reconhecido por outras pessoas que trabalham na região do Zero Km.
Criminoso conhecia a vítima
Após a identificação, os investigadores do DHPP levantaram que o suspeito já conhecia a vítima. Cerca de um mês antes do crime, José Benício, que morava havia quarenta anos no mesmo endereço e era querido na vizinhança, tinha contratado uma pequena obra em sua casa no CPA 4. O jovem foi o auxiliar do pedreiro e, após conclusão do serviço, pediu um valor ao idoso alegando que precisava comprar leite para a filha.
Depois disso, o rapaz foi chamado para trabalhar em uma empresa do filho da vítima, demonstrou interesse na oferta, mas não manifestou posteriormente vontade no trabalho.
A casa onde ocorreu o crime é cercada por portões e muros altos. O fato da casa não apresentar nenhum arrombamento evidenciou aos policiais que o idoso poderia conhecer o autor do latrocínio, que não teve dificuldade de entrar no local. Testemunhas reconheceram o investigado como a pessoa vista caminhando na rua da casa da vítima e depois saindo do local com uma sacola nas mãos.
Suspeito se apresentou a polícia e ficou em silêncio No dia 12 de setembro, o autor do crime se apresentou na DHPP, acompanhado de advogado. Ele preferiu ficar em silêncio quando foi interrogado sobre os fatos que culminaram no crime.
“Quando interrogado, momento em que poderia esclarecer possível motivação de homicídio, preferiu permanecer em silêncio, o que só reforça a materialidade para o latrocínio. E todos os elementos colhidos no inquérito são contundentes em apontar o investigado como o autor do crime”, explicou o delegado Caio Fernando Albuquerque ao representar ela prisão preventiva à Justiça.
O investigado tem registros criminais por ameaça, lesão corporal contra familiares, roubo, cárcere privado, sequestro e homicídio tentado.
O inquérito foi instaurado para apuração do crime de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e sem possibilidade de defesa, agravado pelo fato da vítima ser idosa. Contudo, no decorrer da investigação e com os elementos colhidos, os indícios apurados apontaram para um roubo seguido de morte (latrocínio), crime cuja pena pode ir de 20 a 30 anos de condenação.
(Com assessoria)
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