ALLAN PEREIRA E LÁZARO THOR
Da Redação
A reportagem do Midiajur apurou que, entre 1º de março e esta quarta (8), dia em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, 36 mulheres foram vítimas das mais variadas formas de violência doméstica e de gênero em Mato Grosso - uma média de 4 vítimas por dia.
Foram violências morais, perseguições, ameaças, pressões psicológicas, agressões e até sequestrads. Em uma das ocorrências, é visível que os agressores tratam as vítimas como posse. O ódio e a violência dos homens não respeitaram nem as autoridades públicas.
Na última quinta-feira (2), uma mulher, que havia procurado a delegacia de Sorriso para registrar um boletim de ocorrência pela primeira vez sobre as ameaças e agressões sofridas há muito tempo, recebeu uma ligação do marido no momento do depoimento. Ao saber que estava lhe denunciando, o agressor foi até a delegacia e tentou tirá-la da unidade policial à força.
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Dois investigadores ficaram na frente da delegacia para prendê-lo em flagrante. Mas o agressor avançou contra os policiais, desferiu socos contra eles e tentou tomar a arma dos agentes. Ele conseguiu se desvencilhar e saiu em fuga do local, mas foi preso em uma área de mata.
Conforme o Atlas da Violência de 2022, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública com base nos dados de 2021, ao menos uma pessoa ligou por minuto, em 2021, para denunciar agressões decorrentes da violência doméstica no Brasil.
Os pesquisadores apontam que, apesar da queda de crimes letais contra a mulher, a violência não diminuiu.
É o que se pode perceber do caso de uma mulher que foi sequestrada na casa de uma amiga pelo ex-marido, que estava armado com um canivete, em Confresa.
O agressor colocou a arma no pescoço da vítima e a levou para uma residência vizinha. Ela conseguiu se soltar e correr em direção a uma viatura da Polícia Militar, que havia chegado no local.
O suspeito tentou capturar a vítima e avançou contra os policiais, que o alvejaram com três disparos de borracha. Mesmo atingido pelos tiros, ele conseguiu levar a mulher de volta e quase tentou agredi-la, casos os policiais não conseguiram imobilizá-lo.
O feminicídio, o assassinato de mulheres por homens por conta de sua condição de gênero, é tido como a última ação no ciclo das mais formas de violência.
Mato Grosso é o terceiro estado do país mais violento para mulheres por mais números de feminicídios, segundo dados do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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