GILSON NASSER
DA REDAÇÃO
O presidente do União de Rondonópolis, Reydner Roberto Souza e Silva, ingressou com uma queixa-crime contra o presidente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), Aron Dresch, e contra o vice-presidente do Clube Esportivo Dom Bosco, Geandre Bucair Santos, por falsidade ideológica. A representação está tramitando na 8ª Vara Criminal de Cuiabá.
A motivação da queixa-crime é o processo eleitoral da FMF, marcado para o dia 3 de maio.
Reydner, que é candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por João Dorileo Leal, faz oposição à atual gestão. Aron Dresch tenta o terceiro mandato consecutivo à frente da instituição, tendo Geandre Bucair como vice.
O motivo da queixa é que, em uma reportagem que noticiava a disputa entre duas chapas, constava que o presidente do União estaria apoiando a chapa da situação, mesmo sendo candidato a vice pela oposição.
Porém, o dirigente do clube rondonopolitano alega que o documento com sua assinatura é anterior ao período de inscrição das chapas que disputam o comando da FMF. As chapas poderiam ser inscritas entre 15 e 23 de abril, com as assinaturas dos apoiadores colhidas nesse período.
"Ocorre que o noticiante, na condição de presidente do União Esporte Clube, não assinou o documento em apoio ao atual presidente ou à chapa encabeçada pelos noticiados no período de inscrição das chapas, a saber, de 15/04/2025 a 23/04/2025. Tal documento foi assinado em 14/12/2023 e, posteriormente, uma nova via foi assinada em 11/02/2025 — datas incongruentes com a aposta no documento acima — no escritório de advocacia do Dr. Ângelo Bernardino de Mendonça Júnior (OAB/MT 16.330), mediante correspondência entregue por Ildevan, funcionário da FMF", diz a representação.
O candidato a vice pela oposição declarou ainda que seria impossível ter assinado o documento de forma presencial, como aparece no registro da chapa de Aron Dresch, em 15 de abril. Nesse dia, ele sequer estava no Brasil.
"Na data aposta no documento do registro da chapa liderada pelos noticiados, em 15 de abril de 2025, o noticiante estava em viagem para a Argentina, conforme documentos comprobatórios em anexo, tratando-se, portanto, de documento falsificado, apresentado com o nítido fim de burlar a higidez do processo eleitoral e registrar o noticiante em chapa diversa daquela à qual realmente concorre", complementa a representação.
Reydner esclarece que o documento assinado antes do período de registro das chapas não possui validade jurídica. Além disso, a alteração da data de forma manual "caracteriza-se como ato ilícito".
"A intenção perpetrada pelos noticiados na apresentação de documento com data falsificada é nitidamente a de fundamentar uma eventual impugnação à candidatura do noticiante na chapa em que foi registrado, 'Federação para Todos', diante da impossibilidade do apoio pretérito do clube que presidia (União) à chapa encabeçada pelos noticiados", explica o dirigente do União.
"Os noticiados apresentam documento falso, mediante dolo, configurando crime", complementa a queixa-crime.
Na sequência, a queixa-crime traz degravações de áudios de dois presidentes de clubes que apoiam a chapa encabeçada por Dorileo Leal. Eles destacam que assinaram o documento sem a explicitação da data e que, na época — período pré-inscrição das chapas —, não havia outra pré-candidatura além de Aron Dresch.
"Portanto, conclui-se que, embora a assinatura seja verdadeira, ela ocorreu mediante coação/ameaça e em data diversa daquela registrada manualmente, invalidando o documento e caracterizando a materialidade delitiva. Outrossim, considerando que os documentos foram apresentados à FMF pelos noticiados e que estes são os beneficiários diretos da fraude/falsificação, tem-se a caracterização da autoria do(s) crime(s)", pontua.
O documento pede a instauração de um inquérito policial contra Aron Dresch e Geandre Bucair.
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