LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
O ex-secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas, Energia e Casa Civil, Pedro Nadaf, sairá da prisão na próxima sexta-feira (13), a partir das 15h, para participar da audiência relativa à ação de indenização movida por ele contra a revista IstoÉ.
A audiência ocorrerá no Fórum da Capital e será conduzida pela juíza Helena Maria Bezerra Ramos, da 8ª Vara Cível. Ela já oficiou o diretor do Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) a encaminhar Nadaf ao local na data marcada.
Apesar de o ofício ter sido endereçado ao Centro de Custódia, Nadaf está preso desde o dia 18 de abril na base do Serviço de Operações Especiais (SOE) - vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos -, localizado na Avenida do CPA, em Cuiabá.
Nadaf foi detido em setembro de 2015, por conta da Operação Sodoma, em que é acusado de ser um dos líderes de suposto esquema que exigiria propina de empresários para conceder incentivos fiscais e contratos com o Estado.
Ação de indenização
O processo contra a Revista Istoé foi ingressado em razão de uma reportagem publicada pelo periódico em julho de 2014, intitulada “Transações suspeitas” e subtitulada “Polícia Federal vê indícios de corrupção em compra de propriedade superfaturada pelo SESC, com participação de personagens envolvidos na Operação Ararath”.
Na reportagem, a revista relatou que a Polícia Federal teria encontrado indícios de que Nadaf, na época em que atuou como Presidente da Fecomércio-MT, teria usado a estrutura do SESC-MT para o suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro investigado na Operação Ararath.
A matéria conta que o Sesc-MT comprou uma fazenda de cinco mil hectares, na região de Barra do Ribeiro Triste, pelo valor de R$ 20 milhões, e que o preço teria sido superfaturado.
A área em questão foi vendida ao Sesc-MT pelo empresário Rodolfo Aurélio Borges de Campos, ex-sócio da construtora Encomind e réu da Ararath nas Justiças Federal e Estadual.
Segundo a revista, o superfaturamento teria sido identificado pela PF por meio de uma avaliação da empresa Edificar Empreendimentos Imobiliários, que apontou que a propriedade valeria apenas R$ 2,5 milhões.
A reportagem relata que a compra foi autorizada pelo então presidente nacional do Sesc, Antônio José Domingues de Oliveira Santos, mas que o contrato teria sido assinado por Nadaf, na condição de à época presidente da Fecomércio-MT.
Ao processar a revista, Nadaf afirmou que a matéria foi escrita “de maneira tendenciosa e irresponsável”. De acordo com o ex-secretário, a revista usou “ilações errôneas para manipular a opinião dos leitores e assim denegrir a imagem do autor perante a sociedade”.
Nadaf disse que as informações descritas eram “inverídicas e infundadas”, uma vez que a empresa Edificar Empreendimentos Imobiliários não possuiria registro junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (CREA-MT).
“Tampouco possui técnico habilitado para realizar avaliação de propriedade rural, conforme resposta da Assessoria Técnica do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de Mato Grosso à consulta realizada pelo SESC-MT. Afirma que dois técnicos habilitados avaliaram a área adquirira em R$ 28.460.195,03 e R$ 31.841.414,05, respectivamente”, disse.
Em outubro do ano passado, as partes participaram de uma audiência de conciliação, mas não chegaram a um acordo.
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