DO MIDIANEWS
A promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco Silva formalizou denúncia na Justiça contra sete pessoas acusadas de participação em um esquema de cobrança de propina em troca de benefícios fiscais em Mato Grosso, por meio do Prodeic.
As investigações foram feitas durante a Operação Sodoma, deflagrada no último dia 15 e que culminou com a prisão dos ex-secretários de Estado Pedro Nadaf (Indústria e Comércio), Marcel de Cursi (Fazenda) e do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
"A magnitude da atuação da organização criminosa ainda é demonstrada quando se verifica que foram emitidos no interesse do grupo 246 cheques para pagamento de propina"
Todos responderão pelas acusações de organização criminosa, concussão, extorsão e lavagem de dinheiro. O grupo é acusado de receber mais de R$ 2 milhões em propina.
A denúncia da promotora do Ministério Público Estadual (MPE) tem 101 páginas e evidencia o modus operandi dos acusados.
Nela são relacionados os 246 cheques que, segundo a acusação, foram utilizados para pagamento de propina pelo empresário João Batista Rosa, da Tractors Part Ltda., Casa da Engrenagem Distribuidora de Peças e DCP Máquinas e Veículos Ltda.
As investigações revelaram que o denunciado Pedro Nadaf, além de ter a tarefa na organização criminosa de exigir, coagir e receber, pessoalmente, os cheques emitidos a título de pagamento da propina pelas empresas, desempenhava o encargo de repassá-los aos demais integrantes, dividindo com Karla Cecília de Oliveira a tarefa de dissimular a origem criminosa daquela receita", diz a promotora.
Planilha
"A magnitude da atuação da organização criminosa ainda é demonstrada quando se verifica que foram emitidos no interesse do grupo 246 cheques para pagamento de propina. Conforme já apontado a importância recebida a título de propina, no valor de R$ 2.074.436,00 – trata-se da soma dos R$ 2.029.436,00 mais R$ 45.000,00 –, por exigência da organização criminosa foi dividida na emissão de vários cheques em valor que variava entre no mínimo de R$ 1.045,00, ao máximo de R$ 4.950,00".
Segundo a promotora de Justiça, o uso dos valores é procedimento básico e usual, utilizado para evitar que a movimentação financeira seja detectada pelos órgãos responsáveis pela verificação da conformidade financeira das atividades bancárias, bem como, para agilizar a divisão da propina.
Na denúncia, o MPE incluiu uma planilha onde estão relacionadas 40 pessoas, entre físicas e jurídicas, que figuram como beneficiários em 224 cheques que atingiram a cifra de R$ 1.266.457,00, emitidos e entregues pelas empresas de João Batista Rosa.
Confira os beneficiados com 224 dos 246 cheques emitidos:
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