DA REDAÇÃO
O empresário Filadelfo dos Reis Dias teve trancado o seguimento do processo em que figura como mandante da dupla tentativa de homicídio praticada contra os empresários Valdinei Mauro de Souza e Wanderlei Torres, dono da Construtora Trimec. A decisão é da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e foi tomada em julgamento na manhã desta quarta-feira,07.
O empresário havia sido denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE-MT). A motivação teria sido uma rixa empresarial entre Filadelfo e Valdinei de Souza por conta de uma fazenda em Várzea Grande cuja área seria rica em minérios.
Durante a sessão, a maioria dos desembargadores consideraram não haver nos autos, indícios suficientes ou provas que ligassem o empresário ao atentado. A ação foi trancada pelos votos dos desembargadores Luiz Ferreira da Silva e Rui Ramos Ribeiro.
Os votos divergiram do posicionamento do desembargador Rondon Bassil Dower Filho, relator do processo, que apresentou voto pela manutenção do trâmite do processo. Agora, o processo será arquivado.
A ação criminal proposta pelo MPE contra Filadelfo Dias vinha sofrendo uma série de adiamentos em sua análise. A última ocorreu na semana passada com o pedido de vistas apresentado pelo desembargador Rui Ramos.
A banca de defesa de Filadelfo, composta pelos advogados Ulisses Rabaneda, Paulo Lessa, Fábio Lessa, Huendel Rolim Wender, Murillo Silva Freire, e Avelino Tavares Junior, comemorou o resultado do julgamento. Para os advogados do empresário, o atentado seria uma armação para tentar incriminar seu cliente. Na avaliação da banca, a denúncia sequer deveria ter sido acolhida pelo Judiciário já que lhe faltaria indícios e provas minimamente substanciais.
Entenda o caso
De acordo com as investigações do Ministério Público Estadual (MPE-MT), em janeiro de 2012, Filadelfo teria ameaçado de morte o ex-sócio, Valdinei Mauro de Souza, por causa da Fazenda Ajuricaba localizada na zona rural de Várzea Grande. Segundo as investigações as terras da fazenda são ricas em ouro.
Segundo ainda o MPE, Valdinei não quis vender a fazenda para Filadelfo e acabou negociando a área com os empresários Wanderley e Mauro Mendes – prefeito de Cuiabá. Ao saber da história, Filadelfo se irritou com a situação e passou a fazer ameaças de morte ao ex-sócio, que por conta disso comprou um carro blindado.
Na denúncia à Justiça, o MPE apontou que Filadelfo e seu colega Marcelo Takahashi teriam então contratado um grupo de pistoleiros para matar Valdinei.
O grupo passou a obter informações sobre o dia a dia da fazenda Ajuricaba. Os dados foram repassados por Ailson Dias, que era caseiro da propriedade. Um assalto foi forjado. Valdinei e Wanderley chegaram momentos depois que seus funcionários estavam rendidos. Mais de 20 tiros foram disparados contra o veículo dos empresários, que sobreviveram.
Crime organizado
Ainda segundo as investigações do MPE, Filadelfo teria envolvimento com o crime organizado, pelo fato de ter contratado Josinei Moreira, que é pertencente a uma quadrilha fortemente armada, que já cometera “os mais terríveis crimes nestas terras mato-grossenses e em outros rincões”, como afirma o trecho da denúncia do Ministério Público.
Além de Josinei, é acusado pelo Ministério Público de participar do crime outro bandido de alta periculosidade, o homicida André de Souza Neves.
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