ALLAN PEREIRA E LÁZARO THOR
Da Redação
A Polícia Civil de Brasnorte pediu autorização para investigar o prefeito Edelo Marcelo Ferrari (União Brasil) por supostamente receber propriedades públicas destinadas à reforma agrária, segundo apuração levantada pelo MidiaJur.
Edelo é citado no inquérito onde o vereador Reginaldo Martins Ribeiro, conhecido como "Carreirinha", foi indiciado pela prática de 55 crimes - quatro crimes de receptação qualificada, um estelionato, três crimes tributários formais, 18 crimes tributários e 29 crimes de lavagem de dinheiro.
De acordo com as informações apuradas pela reportagem, um agricultor comprou uma chácara no valor de R$ 1,8 milhão, sem contrato escrito, no final do ano de 2021. A compra da chácara teria sido negociada por "Carreirinha". A propriedade teria sido transferida direta do nome do prefeito para uma empresa pertencente ao pai do agricultor.
O agricultor deu, como pagamento, uma casa com valor de R$ 500 mil e três lotes de cerca de 92 hectares no assentamento Gleba Tibagi - uma área de 114,5 mil hectares no município de Brasnorte -, que não está devidamente regularizada junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O prefeito Edelo teria recebido, como pagamento pela venda da sua chácara, esses três lotes destinados a produtores rurais inscritos no Incra para a reforma agrária.
Como é prefeito, Edelo tem foro privilegiado junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que precisa autorizar a polícia a continuar com as investigações.
Investigação
De acordo com o delegado Eric Márcio Fantin, as investigações iniciaram após a Delegacia de Brasnorte ser informada sobre o vereador Reginaldo Carreirinha ser um suposto integrante de organização criminosa voltada a receptação qualificada de lotes terras públicas destinadas à reforma agrária, estelionato ao vender lote de terras públicas como se fossem suas, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro.
O parlamentar, segundo a apuração da polícia, possuía e administrava patrimônio multimilionário incompatível com sua renda e com sua declaração pública de bens.
Além de Reginaldo, também foram indiciados Enivaldo Ambrozio Motta, Leandro Fischer Paludo e Marcos Antônio Coli.
As provas reunidas pela polícia permitiram identificar que os quatro investigadores movimentaram mais de R$ 7,4 milhões.
Ao ser ouvido e oportunizada a defesa, o vereador manteve o direito ao silêncio. O inquérito foi concluído e enviado no dia 19 de dezembro, para o Ministério Público, pelo delegaco Márcio Fantin. Agora, cabe a entidade arquivar o caso ou oferecer denúncia contra os investigados.
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